Talvez, muitas pessoas não saibam, mas o mercado de turismo no Brasil é recente. A América Latina, por exemplo, só observou a oportunidade e grandiosidade do turismo no final do século XX. Parece muito tempo, mas não é, porque neste mesmo tempo a Europa já executava e proporcionava destinações litorâneas e atrativos de cunho cultural.
Por este motivo, trago neste artigo algumas explicações sobre o processo do turismo em nível mundial e suas fases, uma vez que esse conhecimento acaba passando desapercebido, principalmente pelos profissionais atuantes na área de lazer e turismo, bem como os próprios turistas.
O mundo está em constante mudança e o turismo segue essa premissa. O setor sempre se adaptou à demanda, pensando nisto, tanto a academia como o mercado começaram a classificar o turismo e seu público como 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0.
O processo evolutivo do perfil do visitante faz com que haja mudanças econômicas e sociais que impactam no turismo, a amplificação do tempo de descanso, a melhora dos meios de transportes e das vias de comunicação, contribuiu para criação de novos segmentos e tipologias turísticas (Troitiño &; Hernández, p.377, 2017, tradução nossa).
O Turista ou Turismo 1.0 se baseia na alta da venda de pacotes e/ou produtos turístico. São aqueles que não abrem mão da contratação de uma agência especializada que assessora em todas as etapas de planejamento do seu passeio turístico.
Com o advento do ciberespaço, surge o turista 2.0, um turista mais solto e mais informado (graças à conectividade proporcionada pela internet), que consegue repassar experiências e conhecer lugares distintos.
Já o Turista 3.0, pode-se dizer que é o Turista 2.0 mais evoluído, um consumidor colaborativo, que além de desejar estar no controle de todos os detalhes da viagem, está imerso em uma cultura de interação. Toma suas decisões com base nas mídias digitais e o planejamento do itinerário dos atrativos e locais a serem visitados se dá através de pesquisas em blogs e redes sociais. Basicamente, é aquele que monta o próprio roteiro.
Em 2018, a 46ª ABAV Expo Internacional de Turismo e 50º Encontro Comercial Braztoa trouxe uma palestra falando um pouco sobre a gestão turística 4.0, classificando uma era pós-digital para agências e operadoras de viagens. Resumidamente, essa fase buscou orientar as agências a saírem da zona de conforto e utilizar ferramentas inteligentes como: inteligência artificial, big data, computação em nuvem e robótica.
Estaremos prosseguindo para um novo cenário? O turismo 5.0 pós-pandemia? Será uma conjuntura com questionamentos e incertezas, porém, o turista 5.0 será um viajante mais responsável consigo, com o local e com o meio ambiente.
Vários destinos mundiais já vêm apresentando alternativas para visitação, então em um momento pós-isolamento social, locais com turismo de massa podem, aos poucos, deixar de existir, dando espaço para segmentos que contemplem o espaço natural como oferta turística, sendo eles: Turismo rural, Ecoturismo nas vertentes de natureza e aventura, e o gastronômico (Enoturismo) segundo a Organização Mundial do Turismo, esses segmentos estarão em alta após a Covid-19.
Escrito por: João Bloch
Referências:
ABAV Expo prepara profissionais para o Turismo 4.0. ABAV – 26/9/2018 – Disponível em: http://www.abavexpo.com.br/post/abav-expo-prepara-profissionais-para-o-turismo-4-0.
Miguel Ledhesma Travel bloggers y turismo 3.0 / Miguel Ledhesma ; Mónica Silva.-1a ed. – Ciudad Autónoma de Buenos Aires : Miguel Angel Ledesma, 2017. Libro digital, PDF.
Spinola, C. Andrade, 2001. O turismo no final do século XX – Um contexto paradoxal. Revista Gestão et Planejamento, Vol.1 n.º3
Troitiño, Libertad & Hernández, María. (2017). El perfil del smart tourist en Ávila. 10.14198/Destinos-Turisticos-Inteligentes.2017.18.