É com uma das várias memoráveis falas de Milton Santos, geógrafo brasileiro e grande visionários da urbanização do terceiro mundo bem como um dos grandes responsáveis pela renovação geográfica brasileira que começo o minha colaboração.
Veja, estamos falando de ressignificação, adequação, criação e principalmente percepção e que podem suceder-se de diversas formas em vários âmbitos da sociedade.
No ramo do turismo, que onde desempenho estudos e trabalhos há anos, criar e ressignificar sempre fez parte dos “pacotes” para elaboração de projetos e de colaborações sócio-culturais ao longo da história. Em todas as atividades ligadas ao turismo, que vão de vendas de pacotes de viagens e hospedagem até a elaboração de eventos culturais ou políticas públicas que tratem o turismo como parte constituinte de conceitos formadores da sociedade, vemos aplicado diversas tecnologias, técnicas e planos que integram todos os construtos dos atributos necessários para o que Milton Santos citou em “…pelo o que pode efetivamente existir.”
Por obviedade, aquilo que pode efetivamente existir não existe num espectro real e tangível, mas abarca muito daquilo que está nossa campo mental que chamas de expectativas. Essas tais expectativas adentram um campo singular de formação imagética ou sensorial de cunho subjetivo, ou em suma, a expectativa é cada um que cria em si mesmo a partir da informação buscada.
Nos meus trabalhos desempenhados diretamente com turistas do mundo todo eu pude perceber que a importância do meu papel era a de exercer o máximo de confiabilidade e segurança o possível de informações trazidas, alinhado às expectativas desses turistas e passando o sentimento de que ele não estaria em um território hostil, que ele pudesse se sentir em casa, bem como dito por Conrad Hilton, criador da Rede de hotéis Hilton:
“Our home far away from home”
“nossa casa longe de casa” – Conrad Hilton
Esse tratamento e sensação levará ao turista conhecer um mundo antes nunca visto ou sentido, algo que era apenas presente no imaginário e que passa à existir diante de seus olhos. Um momento alguém em que viva numa cidade pacata conhecendo como a ordem e o caos caminham juntos na metrópole paulistana, o turista que jamais conhecera edifícios que compunham alturas que lembravam de montanhas e em seus respectivos mirantes lhe fosse tomado o pensamento que ele havia alcançado o cume podendo ver a perspectiva panorâmica de toda uma cidade, do turista vive em uma cidade homogênea em seus recantos históricos e se depara com contrastes heterogêneos de uma cidade que preserva seu tempo mas mantém o caminho da grandeza como é.
Todos esses mundos passa a existir à partir de uma nova percepção e criação desse turista, e em diversas vezes, seu feedback gera ao provedor do serviço novas possibilidades, novas tecnologias e novos mundos, não se limitando apenas à viagens, meios de hospedagem ou gestor em políticas públicas.
Tal como São Paulo há 30 anos atrás não vislumbrava ser a cidade que mais recebe turistas ao longo do ano no Brasil, Brasília não era a capital brasileira antes da década de 60 e o nordeste brasileira tão afligido por suas diferenças sociais ao longo da história não era este celeiro de resorts e praias paradisíacas num formato turístico há quarenta anos atrás.
O ideal é sempre alinhar essas ferramentas para criarmos ou deixamos que esse mundo possa existir… Deixe vir, deixe existir