A biblioteca Louis Braille é um importante espaço na cidade de São Paulo e referência nacional e internacional para a integração e acessibilidade da comunidade de pessoas com deficiência visual ou baixa visão.
A cidade de São Paulo possui algumas bibliotecas destinadas exclusivamente aos deficientes visuais. A maior delas, e pioneira no Brasil, é a Biblioteca Louis Braille, idealizada por Dorina Nowill e viabilizada, em 1947, por Lenyra Fraccarolli. Está localizada no interior do Centro Cultural São Paulo desde 1986, com acervo completamente em Braille e posteriormente em áudio livro.
No início, destinava-se especialmente ao público infantil, possibilitando, pela primeira vez no país, o acesso de crianças cegas a uma biblioteca. Com o sucesso da iniciativa e a demanda crescente, as atividades de transcrição aumentaram e se diversificaram, passando a incluir obras literárias e didáticas.
Reúne em seu acervo cerca de seis mil títulos entre livros didáticos, técnicos, literários, infantojuvenis dos maiores nomes da literatura nacional e internacional, e também periódicos em braile e áudio. A biblioteca também atua como editora, produzindo livros em braile e livros falados.
Em relação aos livros traduzidos para o Braille, a curiosidade é que uma página de um livro impresso comum equivale a três páginas do livro em Braille, que utiliza uma técnica de transcrição e tradução das obras que demanda tempo, onde cada obra pode levar de três a cinco meses para ficar pronta e estar apta para uso. Mas tudo isso não vem a ser um problema que interfira na aproximação dos deficientes visuais com a leitura, já que algumas estatísticas concluíram que a comunidade cega lê até duas vezes mais do que aqueles que não possuem nenhum problema de visão. Essas estatísticas são importantes para mostrar que o deficiente visual também é público e consumidor, e que precisa de políticas e espaços acessíveis a sua comunidade, como vem sendo a Biblioteca Louis Braille há tantos anos.
Além dos livros, o visitante pode optar pelos áudio livros da biblioteca, com mais de mil títulos, e também pelo uso da internet com o auxílio da Linha Braille, ou display Braille, um dispositivo de saída tátil para visualização das letras no sistema Braille.
Os empréstimos do acervo são feitos para os inscritos na Biblioteca ou por meio de parceria com os Correios, que envia o material solicitado para qualquer cidade do Brasil. Para isso, é necessário que o deficiente visual seja cadastrado na Biblioteca e resida fora da cidade de São Paulo.
Entretanto, está temporariamente fechada devido as medidas de restrição establecidas para contenção da Covid-19.