Cultura e informação que vem da quebrada

Ao caminhar pelas ruas dos mais de 90 bairros de São Paulo, é notório que nossa cidade se caracteriza pela pluralidade das mais diversas expressões culturais. Seja por meio da arte que colore muros, das músicas que tocam nos fones de ouvidos ou das coreografias e passos sincronizados que ganham a internet, a cena cultural de São Paulo é múltipla, pulsante e cheia de surpresas. Nesse sentido, o técnico em turismo Igor Benegas aponta que diversas manifestações artísticas nasceram e se ampliaram nos bairros periféricos da nossa metrópole e, hoje, a cultura paulistana também abarca o mundo do graffiti e as melodias e batidas do funk, rap, hip-hop, slam e samba.

O técnico destaca que a expansão de manifestações culturais nas comunidades mais carentes vem tendo grande apoio, seja do setor público ou mesmo de iniciativas comandadas por moradores desses bairros. Um exemplo é o programa Fábricas de Cultura, iniciativa do governo do Estado de São Paulo que tem como foco a valorização e ampliação dos universos culturais locais por meio de experimentações e acesso à atividades artísticas em diferentes vertentes. Em suas unidades, a população tem à disposição diversas programações e pode realizar cursos de dança, teatro, música, circo, artes visuais, multimeios e xadrez, além de ter acesso à estúdios de áudio e vídeos. Devido à pandemia, as atividades realizadas nas Fábricas de Cultura estão temporariamente suspensas, mas é possível acompanhar a programação das unidades das zonas Norte e Sul e Diadema pelo instagram @fabricasdeculturasn. As atividades dos centros da zona Leste e São Bernardo do Campo estão no @fabricasdecultura.

Outro local da cidade que também recebe diversas atividades artísticas gratuitas é o bairro de Itaquera com a Oficina Cultural Alfredo Volpi. Por lá, são ministradas diversas oficinas e workshops de formação e aperfeiçoamento em artes plásticas, dança, fotografia, moda, performance, processos gráficos e teatro. Iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do governo do Estado de São Paulo, o programa Oficinas Culturais também tem unidades no bairro do Bom Retiro, com a Oficina Cultural Oswald de Andrade, e em Taipas, na Oficina Cultural Maestro Juan Serrano. Pelo site é possível acompanhar as atividades que estão sendo realizadas de forma remota, por conta das restrições de circulação impostas pela Covid-19.

Diversos coletivos também estão fazendo a diferença no que se refere à valorização cultural das regiões periféricas. O coletivo Arte e Cultura na Kebrada, por exemplo, foi criado em 2007 para reunir aqueles que curtem graffiti e tornou-se um amplo movimento de valorização artística que vem transformando a realidade do bairro Jardim Helena, na zona Leste de São Paulo. O grupo tornou-se um catalisador da cultura local ao promover eventos que agregam o graffiti com apresentações de dança, teatro, literatura e música. Para conhecer mais sobre o trabalho do coletivo, basta acessar o perfil no Instagram @arteculturanakebrada.

Outro coletivo que vem se expandindo e promovendo cultura e informação é o Periferia em Movimento, que atua no bairro do Grajaú, na região Sul de São Paulo, desde 2009. Visando a garantia dos direitos fundamentais daqueles que vivem em regiões carentes mais afastadas da cidade, o grupo tem a premissa de produzir e divulgar conteúdo “dos extremos para o centro”, por meio de entrevistas, reportagens e cobertura de eventos locais. Algumas de suas produções podem ser conferidas no podcast Periferia em Movimento.

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