A exposição inédita apresenta obras de 61 artistas (55 não-indígenas e 6 indígenas) do território da Baixada Santista, trazendo um panorama da arte contemporânea da região, com trabalhos de diferentes linguagens artísticas – como xilogravura, cerâmica, videoarte, desenho, arte indígena, arte naif, entre outras. O percurso é dividido em quatro núcleos: o primeiro, chamado e dedicado ao mar, à navegação e ao porto; o segundo e o terceiro, interligados, focados nas maneiras de habitar a terra, na paisagem natural e urbana; o quarto e último aludindo à diversidade étnica e social do território, aos diferentes sujeitos que aqui habitam e suas relações. Além de Santos, estão representadas as cidades de São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e Cubatão, bem como seus territórios indígenas.
O primeiro objetivo do projeto é dar visibilidade aos artistas da Baixada Santista, que contam com poucos espaços de visibilidade para artistas e coletivos de arte contemporânea do território. O segundo objetivo é discutir as relações entre produção artística e território, ou seja, de que maneira as diferentes formas expressivas são fruto de experiências ligadas à vida no litoral, nas cidades da Baixada, em meio à arquitetura histórica, à mata atlântica, aos modos de se relacionar específicos de suas populações. Um terceiro objetivo é questionar as hierarquizações no sistema da arte, que costuma separar a arte contemporânea “legítima”, profissional, valorizada pelo mercado, avalizada pela crítica, da arte popular, autodidata, e do artesanato, desprezado por seu caráter utilitário. Na verdade, as fronteiras entre essas categorias são móveis e questionáveis e a exposição propõe diálogos temáticos e formais entre trabalhos feitos por pintores amadores, artistas premiados, entre outros sujeitos.