Sesc Bom Retiro apresenta a série ‘#CruzamentosdeTerritórios’ com Casa 1, Coletivo tem Sentimento

O Sesc Bom Retiro apresenta a partir do dia 17 de agosto a série #CruzamentosdeTerritórios, parte do projeto Isto não é um Mapa, que nesta edição aborda a questão social da Moradia. Discussão iniciada em abril de 2021 com a realização da Live sobre “Habitação de interesse Social Popular no centro da cidade de São Paulo” e com a videoperformance “Dança para assentar urgências” apresentada em maio, ambas vinculadas nos canais digitais da unidade. A série de vídeos é o resultado do encontro entre artistas e espaços de acolhida de pessoas LGBTQIA+ do centro de São Paulo: “Casa 1″e “Coletivo Tem Sentimento”, com as/os artistas, Leonarda Glück, Bruno Novaes e Aretha Sadick.

Fruto de um mergulho na região onde o Sesc Bom Retiro se insere o “Isto não é um mapa” é uma mostra que apresenta os territórios por meio de cartografias afetivas, poéticas, sociais e micropolíticas, das ações sociais intensificadas no contexto da pandemia às narrativas de processos históricos da produção dos espaços da cidade às resistências coletivas, do viver à cidade. Memórias de uma convivência que nos propõem reflexões e nos permitem imaginar futuros. Por meio de diversos formatos e linguagens, o projeto já passou por outros dois recortes, “Protagonismo e Articulação do Território” e “Lugar de Música”, e dá sequência com esta nova série à questão social da Moradia.

Para Affonso Lobo, técnico de programação do Sesc Bom Retiro e um dos idealizadores do projeto, a proposta desta ação surgiu do interesse em trazer a intersecção entre moradia e gênero com o foco em pessoas trans e travestis (transvestigêneres), destacando o quão importante são essas “moradas” como territórios de afeto, pertencimento, liberdade e (re)existência. Convidamos um grupo de artistas que desenvolveram em 2016 um espetáculo performativo cartográfico que se realizava em deslocamento pelas ruas de São Paulo em busca de conexão com a cidade, inspirado na obra do artista José Leonílson, construído como se cada cena fossem cartas para um diário íntimo”, completa.

Affonso cita a escolha das instituições participantes no contexto dos territórios da unidade. “As casas e o coletivo escolhidos são importantes organizações que se localizam no centro expandido da cidade e que atuam nos territórios do entorno do Sesc Bom Retiro que são o foco das cartografias sociais, poéticas e afetivas que o projeto apresenta desde a primeira edição em 2020.” 

Para esta nova etapa, um dos participantes é a “Casa 1”, instituição com ações iniciadas em 2017 como uma república de acolhida, e que já abrigou cerca de 380 jovens LGBTQIA+ expulsos de casa pela família. É uma casa temporária que realiza um trabalho multidisciplinar em prol da autonomia das pessoas acolhidas. Além da moradia, alimentação e transporte, recebem suporte de assistência social, apoio para os estudos, empregabilidade, atendimentos de saúde clínica e mental, assim como acesso à programação do centro cultural.

Vanessa Soares, representante da Casa1(@casa1), destaca a importância desta parceria: A Casa1 se preocupa desde seu início com a elaboração de políticas que acolham as subjetividades.  Em nossos espaços Casa de Acolhida, Clínica Social e Galpão Cultural reconhecemos a importância de ações multidisciplinares que ampliam os debates sobre direito à moradia, ocupação dos espaços públicos e de espaço de lazer e cultura para população LGBTQI, por isso nossa parceria junto ao Sesc Bom Retiro na ação Cruzamentos de Territórios é muito significativa.” 

“Partindo das propostas de mapear recortes afetivos, poéticos e sociais, experimentamos nas oficinas um alargamento dos aspectos sociopolíticos que elaboram novas possibilidades de resistência, de afirmação das identidades e de autonomia dos sujeitos.  Portanto, nós enquanto instituição apostamos em propostas de integração e de expansão como a que participamos e nos colocamos abertos aos diálogos que reforçam direitos e qualidade de vida da população LGBTQI”, completa

Outra instituição participante, o Coletivo Tem Sentimento atua na região da Luz desde 2016 na redução de danos com projetos de geração de renda para mulheres cis e trans a partir da costura e com ações de auto cuidado na “cracolândia”, bem como atua junto a outros coletivos em ações sociais para pessoas em vulnerabilidade social na região.

Sobre os mediadores:

Bruno Novaes (@brunonovaes) é artista e educador, integra o Práticas Compartidas, grupo de pesquisa e produção em arte e educação. Possui obras no acervo do MAR – Museu de Arte do Rio de Janeiro e do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo.

Leonarda Glück (@leonardagluck) é atriz, dramaturga, performer, curadora e diretora teatral. Trabalha com a fusão entre linguagens – teatro, dança, performance art, literatura, música, vídeo, artes visuais e cibernéticas -, bem como com suas estreitas relações com o corpo e suas ressonâncias afetivas.

Aretha Sadick (@arethasadick) é atriz, modelo, performer e cantora que usa destas plataformas para falar de suas experiências e questionamentos enquanto uma artista negra e mulher trans no Brasil.

Para acessar a programação completa do projeto “Isto não é um mapa” acesse:

http://bit.ly/IstoNãoÉUmMapaDança

 

Confira as ações já realizadas:

Protagonismo e Articulação do Território

Série de webdocumentários sobre o trabalho realizado por diversos agentes que atuam no centro da cidade de São Paulo: Cia Pessoal do Faroeste, UNEAFRO, Pastoral do Povo da Rua, Casa Florescer e Abrigo Dom Bosco. Teve como abertura o documentário realizado em parceria com o Sesc Vila Mariana, dentro do projeto Teatro e Ação Social, com a Cia Mungunzá de Teatro, Coletivo Tem Sentimento, Associação Agentes da Cidadania – Mulheres da Luz – em campanhas contra a fome na periferia e no centro da capital durante a pandemia. Casa do Povo, Coletivo Tem Sentimento, Associação Agentes da Cidadania – Mulheres da Luz, em campanhas contra a fome na periferia e no centro da capital durante a pandemia.

Lugar de Música

Série de podcasts que aborda a produção musical do território, com reflexões sobre a materialidade da apresentação ao vivo, as formas de circulação e consumo da música. Entrevistas com representantes de importantes blocos de carnaval de rua do centro de São Paulo como Ilu Oba De Min, Ilu Inã, Classe A, Blocolândia, Minhoqueens e Agora Vai.

“Habitação de Interesse Social no centro da cidade de São Paulo: panorama histórico e horizontes possíveis”. Realizado no dia 29/04/2021, o debate teve a participação de Benedito Barbosa, Carmen Silva e Nabil Bonduki e abordou temas como os mutirões autogestionados, as ocupações no centro de São Paulo, as saídas possíveis com a parceria-público-popular (PPPop), a autogestão, a concessão para uso e a locação social, as experiências bem-sucedidas, avanços, retrocessos e desafios para o planejamento urbano e a habitação social.

 

Sesc Bom Retiro

Alameda Nothmann, 185; CEP 01216-000 Campos Elíseos, São Paulo – SP
(11) 3332/3600

Site: sescsp.org.br/bomretiro 

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