Alamedas temáticas da 1ª Expo Internacional da Consciência Negra contam a história afro-brasileira escondida dos livros didáticos

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI), realiza a 1ª Expo Internacional Dia da Consciência Negra entre os dias 19 e 22 de novembro no Anhembi, zona norte da cidade. Trata-se de uma ação concebida dentro da política pública São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural, parceria das secretarias municipais de Relações Internacionais e de Educação para estimular o debate e engajar a população no combate ao racismo estrutural.

Tecnológica e disruptiva, a Expo, cuja montagem está a cargo da São Paulo Turismo (SPTuris), tem abordagem inédita para difundir a história e a cultura africana e afro-brasileira e, ao promover ponte entre o passado, o presente e o futuro, discutir as raízes e permanências do racismo estrutural. Também é uma forma de marcar o Dia (20/11) e o Mês da Consciência Negra deste ano com inovação em São Paulo, no Brasil e na América Latina. Para cumprir esses objetivos, a mostra será dividida em cinco grandes alamedas temáticas que pretendem recontar as contribuições negras para o Brasil e para a humanidade.

O evento, que ainda contará com atividades, atrações e debates sobre educação, será dividido em cinco grandes temas: saúde, cultura, mulher negra, educação, e empreendedorismo e tecnologia, distribuídas em grandes vias tecnológicas com elementos do carnaval brasileiro. “Essa exposição é um convite para que as pessoas entendam que não existe uma sociedade saudável, que tenha desenvolvimento econômico e seja realmente democrática sem combater o racismo”, detalha Adriana Vasconcellos, assessora especial da SMRI e idealizadora do evento.

Entenda as alamedas:

Saravá – a saúde através dos tempos

No espaço Saúde, o público negro dialoga não apenas com a saúde e o desenvolvimento da cura, mas, sim, com a espiritualidade do indivíduo e o seu interior. Todos os visitantes serão recebidos por uma benzedeira em formato gigante que provoca uma identificação direta com este ambiente dedicado à restauração de todos os malefícios. Ou seja, a ideia é que cada pessoa que transite pelo local, sinta-se acolhida pela cura do corpo e da alma. Personagens encenam a ancestralidade até a medicina moderna.

 

A cultura preta

Voltado para o lado contemporâneo e com um palco africano, o espaço Cultura tem como foco uma tradicional casa de espetáculos de São Paulo. Inspirado no Theatro Municipal, o local tem como objetivo provocar o encantamento no público, seja ele negro ou branco, de qualquer religião ou faixa etária. A proposta é que o visitante se veja dentro desse espaço e a intenção do espaço é, justamente, popularizar algo que não é dedicado à massa. Anfitriões recebem o público para essa lúdica avenida da diversidade cultural.

 

Educar, aprender e voar

Que a educação é a base de tudo nunca foi segredo, sabemos muito bem que quem tem a oportunidade de ter esse benefício na vida, pode transformar o mundo. Pensando nisso, o espaço Educação chega para provocar uma reflexão em seus visitantes. A intenção deste ambiente, que ainda conta com pensamento de autores negros que se destacaram ao longo da história, é incentivar a ida regular a escola, o interesse pela leitura e a necessidade de buscar sempre mais conhecimento e informação. De forma cênica, uma professora vestida de fada e um aluno “sabe tudo”, desvendam este espaço repleto de referências, como, por exemplo, a da biblioteca de Timbuktu, criada no Mali em 800 A.C.

 

Mulheres pretas

Nessa alameda, as mulheres negras são exaltadas e a principal proposta é mostrar o quanto elas foram fundamentais em tantas conquistas que já vivenciamos e o quanto ainda está́ por vir. O público verá muitas esculturas de mulheres inacabadas, o que propositalmente provocará muitos questionamentos, porém, a principal conclusão é de que a mulher negra não para de se reinventar, de crescer, de ser independente e, claro, única em tudo que faz. Esse espaço é dedicado a “elas”, e contará ainda com palestras e discussões sobre o empoderamento feminino nos dias de hoje e o quanto isso tem sido imprescindível para o crescimento da nossa sociedade como um todo.

 

Empreendedorismo e tecnologia

Muito mais envolvido em cargos de liderança e de inovação, hoje os negros vem conquistando cada dia mais espaço e confiança de quem preside grande empresas e multinacionais. A ideia do espaço empreendedorismo e tecnologia é mostrar o quando os negros evoluíram e chegaram ao topo. O espaço empreendedorismo e tecnologia mostram como muitos negros são fontes de inspiração para tantos outros que estudam, acreditam em seu potencial e seguem com a certeza de que o céu é o limite. Personagens encenam a robótica africana.

 

Farol de Combate ao Racismo

O “São Paulo Farol de Combate ao Racismo Estrutural” é uma parceria das secretarias municipais de Relações Internacionais (SMRI) com a de Educação (SME) e tem como objetivo combater o racismo estrutural na sociedade a partir da educação e incidir na formação das próximas gerações. Haverá formação de professores para a implantação da política pública, que envolverá ações em calendário crescente com todos os órgãos da administração municipal.

Segundo a secretária de Internacionais, Marta Suplicy, tanto o prefeito Bruno Covas como Ricardo Nunes, abraçaram a proposta e possibilitaram o lançamento do “Farol”. “É uma política de Estado. Se quisermos acabar com racismo, o caminho será pela educação e pela conscientização”, afirma a secretária.

 

20 e 21 de novembro para o público, e 22 de novembro exclusivo para visitações escolares.

Pavilhão Oeste do Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, São Paulo)

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