Entre os dias 10.12.21 e 13.2.22, a Sala de vídeo do MASP apresenta três curtas da artista francesa Dominique Gonzalez-Foerster (Estrasburgo, 1965), que vive e trabalha entre Paris e Rio de Janeiro. A curadoria é de María Inés Rodríguez, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea, MASP.
A abertura da Sala de vídeo coincide com a da mostra Ione Saldanha: a cidade inventada. Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e assistência de Laura Cosendey, assistente curatorial, MASP, a individual reúne aproximadamente 200 obras criadas ao longo de cinco décadas de trabalho. Será a mais abrangente e a única da artista em 36 anos na cidade de São Paulo.
Transitando entre ficção, documentário e memórias pessoais, os filmes Gloria (2008), Marquise (2007) e Plages (2001) são parte de uma série de curtas-metragens articulados em torno de imagens captadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Além disso mostram a estreita relação da artista com o Brasil. Os três curtas refletem seu olhar atento, bem como seu interesse por uma certa arquitetura moderna e por uma paisagem urbana representada pela figura de Roberto Burle Marx (1909-1994).
Gloria retrata, de forma irônica, a Praça Paris, construída nos anos 1920 e projetada com jardins semelhantes aos do Palácio de Versalhes. É considerada uma joia da Belle Époque carioca, quando o modelo urbano e arquitetônico veio de Paris, embora apresente vestígios de um colonialismo latente e ainda presente.
Marquise tem como cenário a longa e sinuosa marquise que liga os cinco edifícios culturais do Parque Ibirapuera. Projetada em 1951 por Oscar Niemeyer (1907-2012), essa extensa área de mais de 27 mil metros quadrados é um movimentado “ponto de encontro”, no qual Dominique Gonzalez-Foerster interveio durante a Bienal de São Paulo de 2006, duplicando os pilotis que suportam a estrutura.
Em Plages, a sequência de imagens nos transporta para Copacabana e seus famosos pavimentos projetados por Burle Marx. Uma multidão com pessoas vestidas de branco, celebrando a chegada do ano 2000, fogos de artifício, trovões e flashes, acompanhados de locuções que falam e cantam lembranças de uma Copacabana que é vista como um lugar de possibilidades.
Múltiplas disciplinas
A prática artística de Dominique envolve múltiplas disciplinas, desde instalações imersivas, personificações por meio de hologramas ou performances, até filme e som. As diversas formas que seu trabalho pode assumir são marcadas pela presença, entre outras, da literatura, da filosofia e da arquitetura, assim como fragmentos que se referem à sua história pessoal. O universo da artista incita o espectador a percorrer sua obra de forma orgânica, criando um novo imaginário espaço-temporal, uma obra na qual se é ao mesmo tempo “um passageiro, um leitor, uma silhueta, um acumulador de percepções”, como ela diz.
Dominique Gonzalez-Foerster participou de várias exposições internacionais, coletivas e individuais, entre elas na Tate Modern, de Londres; Centre Pompidou, de Paris; Bienal de Veneza; Bienal de São Paulo; MAM Rio de Janeiro e Secession, Viena.
Ao longo de 2021 e de 2022 a programação da Sala de vídeo integra o ciclo das Histórias brasileiras no MASP, e neste primeiro ano incluiu trabalhos de Ana Pi, Teto Preto, Regina Vater, Zahy Guajajara e, agora, Dominique Gonzalez-Foerster.
Sala de vídeo: Dominique Gonzalez-Foerster
- 10.12.21 – 13.2.22
- Endereço: avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP
- Telefone: (11) 3149-5959
- Horários: terça grátis Qualicorp, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das
- 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas
- Agendamento online obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
- Ingressos: R$ 50 (entrada); R$ 25 (meia-entrada)