Comédia de Sérgio Roveri, O Funil do Brasil estreia no Teatro UOL dia 5 de abril, com direção de Isser Korik

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Montagem extrai humor a partir de programas no formato reality show, satiriza a superexposição nas redes sociais e propõe uma reflexão a respeito de como os meios de comunicação buscam audiência.

 

A maneira como se proliferam os reality shows no Brasil é um dos pontos de partida para a comédia O Funil do Brasil, que estreia dia 05 de abril, terça-feira, às 21 horas, no Teatro UOL. O texto de Sérgio Roveri, escrito em 2003, mas nunca encenado, faz também uma crítica contundente à espetacularização da vida, às fake news, à superexposição a que a maioria das pessoas se submete nas redes sociais e à banalização dos programas do gênero tão consolidados nas emissoras de TV, abertas ou não, desde o inicio dos anos 2000.

Com patrocínio do laboratório farmacêutico EMS e da empresa do ramo de embalagens industriais GREIF, cenário de Will Siqueira e figurinos de Luciano Ferrari e Elen Zamith, a montagem dirigida por Isser Korik apresenta um grupo heterogêneo de personagens, confinado em uma casa ao estilo Big Brother concorrendo a um prêmio de R$ 2 milhões. Nesse isolamento, os integrantes, ao contrário do que se veicula, não estão tão isolados assim, pois possuem informações do que acontece no mundo exterior e as utilizam a favor ou contra os outros concorrentes.

Na berlinda está o casal Homero e Gislaine. Cada um, com suas características e mazelas, defende a sua permanência no programa. O apresentador, por sua vez, exerce papel central de intermediário entre os “emparedados”, a direção do programa e o público, articulando as narrativas e polêmicas que alimentam a audiência. Todos os personagens vão, aos poucos, se revelando em suas reais intenções e relações dentro da casa, tornando-se cada vez mais difícil dissimular a partir de certo momento.

A crise se instala quando um dos integrantes rompe uma regra, elevando a audiência vertiginosamente ao mesmo tempo em que coloca toda a dinâmica do programa em risco. Os limites éticos entre a superexposição, a quebra de normas do programa e a possibilidade de lucrar com a polêmica levam a um desfecho imprevisível.

“Há tempos tínhamos o desejo de levar aos palcos essa peça. Em 2005, o ator Paulo Autran dirigiu uma leitura dramatizada da primeira versão do texto no auditório da Folha que reuniu, entre outros, os atores Elias Andreato, Cláudio Fontana, Vera Mancini, Vera Zimermann e Matheus Carrieri. Mas a realidade mudou tanto que para essa estreia foram necessárias algumas adaptações. Incluí algumas situações em torno do Facebook, Instagram, fake news, likes, que não existiam naquela época, entre outras que habitam esse universo midiático”, afirma o autor Sérgio Roveri.

Para o ator, dramaturgo e diretor Isser Korik, a peça é uma forma de refletir, com bom humor, sobre esses programas de televisão que fazem de tudo pela audiência. “É uma brincadeira apresentada no palco, estamos propondo uma experiência em que a plateia decide o que é real ou aquilo que pode ser manipulação, deixamos para a plateia tirar as próprias conclusões.” “O texto do Roveri inclui acontecimentos que não são comuns num reality show, mas que poderiam acontecer.” Discípulo do dramaturgo Carlos Alberto Soffredini (6.10.1939 – 10.10.2001), Isser Korik aposta no humor e na estética teatral popular, em que a plateia está integrada ao que acontece no palco, interage e se torna cúmplice das cenas. A técnica é usada em maior ou menor dose em todas as montagens do diretor, e foi aplicada com maior ênfase nos espetáculos Pra Inglês VerJogo Aberto (2016), Que Tal nós Dois? (2018), As Guerreiras do Amor, (2019) e A Megera Domada (2021).

O cenário de Will Siqueira buscou referências na ambientação dos programas Big Brother Brasil e A Fazenda e reproduz uma sala moderna, em cores frias (para dar a sensação de amplitude) e neons que conversam e incorporam a identidade visual à cenografia. Esta montagem tinha estreia marcada para 01/04/2020, quinze dias depois do início da pandemia de coronavírus e está estreando dois anos depois da data prevista.

Sobre Sérgio Roveri

Jornalista, dramaturgo, estreou como autor teatral em 2003 com a peça Vozes Urbanas, selecionada para o projeto Agora Metrópoles do Século 21. Com mais de 25 textos teatrais escritos e 19 encenados, recebeu três Indicações ao Prêmio Shell de Melhor Autor, vencendo em 2006 com o texto Abre as Asas Sobre Nós. Integrou a equipe de roteiristas que escreveu os seriado Norma, da Rede Globo de Televisão, e Três Teresas, do canal GNT. Foi um dos três dramaturgos brasileiros convidados para representar o Brasil na Feira do Livro de Paris, realizada em março de 2015. Possui textos traduzidos para o espanhol, inglês, francês, chinês, alemão e italiano.

Sobre Isser Korik e a Conteúdo Teatral

Ator, diretor, dramaturgo e produtor, Isser Korik completa 35 anos de carreira no teatro. Atuou em diversos espetáculos, como Minha Nossa!, Mais quero Asno..., Na Carrêra do Divino, De Onde Vem o Verão, sob direção de C. A. Soffredini, O Dia que Raptaram o Papa de João Bethencourt, direção de Iacov Hillel, E o Vento Não Levou, de Ron Hutchinson, direção de Roberto Lage, Toda Donzela tem um Pai que é uma Fera de Gláucio Gill, direção de Roberto Lage e Divórcio! de Franz Keppler, direção de Otávio Martins. Mas sua performance mais marcante foi Vacalhau & Binho, que teve duração de oito anos consecutivos e rendeu uma sequência: Vacalhau & Binho 2 – Curso Abançado. Produziu e dirigiu seu primeiro texto, Ele é Fogo!, que lhe rendeu o Prêmio APCA de revelação como autor e diretor.

Tornou-se diretor da Cia. do Pátio, onde dirigiu Vô Doidim e os Velhos Batutas, de Nanna de Castro, O Grande Inimigo, de Carlos Meceni, e O Grande Inimigo, texto seu. Recriou o modelo de Revista de Ano, concebendo os espetáculos Revistando 2003, Revistando 2005 e Revistando 2006. Em 2005 concebeu o projeto de comédia teatral Nunca se Sábado, livremente inspirado no programa de televisão Saturday Night Live. Em 2008, a comédia O Mala, de Larry Shue, foi montada com a adaptação e direção de Korik, com José Rubens Chachá, Tânia Khalil, Otávio Martins e outros.

Em 2009, voltou a dirigir espetáculos infantis, A Pequena Sereia, de Fabio Brandi Torres e Grandes Pequeninos, de Jair Oliveira. Em 2010 concebeu o projeto Te Amo, São Paulo, espetáculo que uniu nove dramaturgos e cinco diretores em homenagem à cidade. Traduziu The Nerd e The Foreigner, de Larry Shue, Moonlight and Magnolias, de Ron Hutchinson, e a trilogia The Norman Conquests, de Alan Ayckbourn. Em 2012, produziu Equus de Peter Shaffer e Um Violinista no Telhado, de Stein, Sheldon & Harnick, com direção de Moeller e Botelho.

Em 2013, Isser traduziu e dirigiu Minha Primeira Vez, de Ken Davenport. Em 2014, Isser escreveu e encenou Cinderela, e traduziu e encenou Dez Encontros, de David Hare (Blue Room). Em 2016, encenou Pra Inglês Ver, de Maria Clotilde, traduziu e dirigiu Jogo Aberto, de Jeff Gould, e encenou Nove em Ponto, de Rui Vilhena. Em 2017, Isser traduziu e encenou O Empréstimo, de Jordi Galceran, encenou o musical Paralamas em Cena, produziu o musical Beatles num Céu de Diamantes, dirigido por Charles Moeller e Claudio Botelho. Em 2018, encenou Que Tal Nós Dois?, de Juliana Araripe e Otávio Martins, com Carolina Ferraz. Em 2019, produziu e atuou em Divórcio!, de Franz Keppler, dirigiu As Guerreiras do Amor, de Domingos Oliveira e traduziu e encenou Quando Tudo Estiver Pronto, de Donald Margulies. É diretor artístico da Conteúdo Teatral.

Conteúdo Teatral é um grupo que atua há mais de 20 anos movido pela paixão ao teatro. Administra o Teatro UOL, em São Paulo, sempre atuando como coprodutora das companhias de teatro que abriga e vive um crescimento consolidado devido a sua condução inovadora para converter cultura em resultados. Ao longo dos anos desenvolveu expertise em: gestão de espaços, gestão de naming rights e na produção de espetáculos e projetos. Já produziu e coproduziu mais de cinquenta espetáculos, com artistas do teatro nacional dos mais variados estilos: infantis, espetáculos de humor e adultos. Ao longo de sua trajetória, já teve espaços associados a outras grandes marcas, como a TIM e AMIL. Já vendeu quase 3 milhões de ingressos para o teatro.

Para roteiro

Sinopse – Escrita por Sérgio Roveri, direção de Isser Korik, a comédia faz uma sátira aos programas no formato reality shows, abordando com bom humor questões relacionadas à ética, superexposição, fake news e manipulação.

Ficha Técnica – Texto: Sérgio Roveri. Direção: Isser Korik. Elenco: Bruna Brignol, Celso Melez, Dimitri Biá, João Carlos Filho, Jonathas Joba, Mariana São João, Nataly Cavalcantti e Rômulo Bonfim. Figurinos: Luciano Ferrari e Elen Zamith. Cenografia, Produção Executiva e Administração: Will Siqueira. Fotografia: Heloísa Bortz. Coordenação de Marketing: Emanoela Abrantes. Criação Gráfica: Naiana Nascimento. Mídias Sociais: Renata Castanho. Equipe Técnica: Rafael Pereira e Douglas Pereira. Preparação Corporal de Atores, Iluminação e Trilha Sonora: Tito Soffredini. Realização: Conteúdo Teatral / Referendum. Assessoria de Imprensa: Arteplural.

 

Serviço – Espetáculo: O Funil do Brasil.

Temporada: (De 05 de abril a 13 de julho de 2022). Datas: Terças e Quartas – às 21h. Endereço: Teatro UOL, Av. Higienópolis, 618 – Higienópolis, São Paulo – SP.

Valor: Inteira R$ 40,00 / Meia R$ 20,00. Classificação: 12 anos. Gênero: Comédia. Duração: 90 min.

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