Cia. Teatro Independente encena o espetáculo Pá de Cal (Ray-lux), de Jô Bilac, no Itaú Cultural

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Espetáculo dirigido por Paulo Verlings trata da terceirização das relações – até das familiares – no mundo contemporâneo. Apresentações são gratuitas e acontecem de 7 a 10 de abril

 

Com quase 16 anos de trajetória, a Cia. Teatro Independente desembarca em São Paulo com seu novo trabalho, Pá de Cal (Ray-Lux), escrito por Jô Bilac e dirigido por Paulo Verlings. O espetáculo, que já passou por Belo Horizonte e Rio de Janeiro, tem apresentações gratuitas no Itaú Cultural, entre 7 e 10 de abril, de quinta a sábado, às 20h, e no domingo, às 19h. Os ingressos devem ser reservados pela plataforma INTI (acesso pelo site da instituição www.itaucultural.org.br). As reservas das entradas estarão disponíveis a partir de 30 de março (quarta-feira), às 12h.

A peça cria uma discussão sobre como terceirizamos as relações sociais, inclusive as mais próximas, no mundo contemporâneo. O elenco conta com Carolina Pismel, Leonardo Netto, Kênia Bárbara, Orlando Caldeira e Pedro Henrique França. 

Na trama, o filho mais jovem de uma família cometeu suicídio e suas irmãs mandaram representantes legais para a reunião que definirá o destino do pai daquele núcleo e da mãe do morto, que é uma antiga empregada da casa – esta, por sua vez, também mandou um porta-voz para representá-la. Por motivos óbvios, o jovem morto também não está presente no encontro, mas é representado por uma pessoa com quem conviveu em terras estrangeiras.

Toda a ação se passa na casa onde mora o patriarca da família, imóvel disputado por todas as partes. Conflitos inesperados emergem a partir dessa reunião, e, com o passar do tempo, as relações entre o pai e seus filhos – representados – se revelam aos espectadores cada vez mais límpidas e latentes.

Além do suicídio e da terceirização das relações, a peça discute questões como a culpa e a ausência de afeto. “Pá de Cal fala essencialmente da natureza do diálogo dos encontros. O espetáculo não é o espelho da sociedade, mas pretende justamente quebrá-lo, o que nos permite permear caminhos poéticos e carnais. O humor e a tragédia são traços que nos identificam não só como grupo, mas revelam uma identidade que reflete os paradoxos do nosso país, da nossa sociedade, da vida”, comenta o dramaturgo Jô Bilac.

Em cena, como os personagens são representantes das pessoas daquela família, a dramaturgia sugere algo parecido com a constelação familiar, um tipo de psicoterapia, na qual as pessoas devem “interpretar” o papel de outras pessoas de seu cotidiano, para que assumam o ponto de vista delas sobre determinadas situações.

 “A ideia surgiu intuitivamente. Minha mãe havia feito constelação familiar e a forma que descrevia a situação se correlacionava diretamente com o que eu estava pesquisando dentro do espetáculo: o desdobramento da ideia/palavra/sentido da ‘representatividade’. Essa terapia é uma experiência singular, não é teatro, mas existem lugares de representação, contracenação, atmosfera, algo semelhante ao que o teatro evoca”, comenta Jô Bilac.

No título do espetáculo, o termo “pá de cal” refere-se a um assunto desagradável de se discutir; e “Ray-lux” trata do nome de uma urna funerária tão cara quanto o valor de um automóvel.

Sobre a Cia. Teatro Independente

Criada em 2006, a Teatro Independente tem o compromisso de permanecer em constante movimento. O grupo tem o interesse voltado para a pesquisa continuada e a crença de que o processo colaborativo é capaz de democratizar e enriquecer as possibilidades de criação cênica.

O coletivo é formado pelo dramaturgo Jô Bilac, as atrizes Carolina Pismel e Júlia Marini e o ator, diretor e produtor Paulo Verlings. Ao longo de sua trajetória, a companhia estreou as peças “Cachorro!” (2007), indicada ao Prêmio Shell-RJ de Melhor Direção; “Rebú” (2009), indicada ao Prêmio APCA de Melhor Autor; “Cucaracha” (2012); e “Beije Minha Lápide” (2014).

Sinopse

A morte do filho mais novo de uma família em crise provoca a reunião entre os representantes legais dos parentes do defunto. Eles se encontram para decidir o destino do patriarca e da mãe do morto, uma ex-empregada da família, que também mandou seu porta-voz. A terceirização das responsabilidades interfere drasticamente na condução das questões daquele núcleo.

Ficha Técnica

Dramaturgia: Jô Bilac

Direção: Paulo Verlings

Diretora Assistente: Mariah Valeiras

Direção de Produção: Paulo Verlings

Elenco: Carolina Pismel, Leonardo Netto, Kênia Bárbara, Orlando Caldeira e Pedro Henrique França

Cenário: Mina Quental

Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni

Figurinos: Karen Brusttolin

Visagismo: Rafael Fernandez

Direção Musical: Rodrigo Marçal e João Mello da Costa

Direção de Movimento: Toni Rodrigues

Programação visual: André Senna

Argumento: Paulo Verlings e Jô Bilac

Idealização: Paulo Verlings

Assessoria de imprensa: Pombo Correio

Serviço

Pá de Cal (Ray-lux), da Cia. Teatro Independente

Temporada: 7 a 10 de abril, de quinta a sábado, às 20h, e no domingo, às 19h

Itaú Cultural – Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)

Avenida Paulista, 149, Bela Vista (próximo à estação Brigadeiro do Metrô)

Capacidade: 224 lugares

Entrada gratuita

Reservas de ingressos pela plataforma Inti – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br

As reservas de ingressos abrem no dia 30 de março, a partir das 12h:

Classificação: 12 anos (linguagem imprópria, violência, medo)

Duração: 75 minutos

Todas as apresentações contarão com interpretação em Libras.

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