Galeria São Paulo Flutuante, de Regina Boni, agora instalada na Barra Funda, abre a exposição Acervo Flutuante com peças históricas

Galeria-São-Paulo-Flutuante

O Parangolé apresentado na primeira grande individual de Helio Oiticica no Brasil em 1986, realizada pela então Galeria São Paulo, está entre as obras 

 

Abertura: 14 de maio das 14h às 21h

18h – orquestra de Maracatu na calçada em frente à galeria: homenagem à Oiticica e Jorge e Wally Salomão

Visitação até 09 de julho de 2022

As obras reunidas em Acervo Flutuante foram mantidas até hoje por Regina Boni, colecionadora e uma das pioneiras galeristas brasileiras. Trata-se de uma exposição histórica que traz uma parte significativa da produção de artes plásticas principalmente das décadas de 80/90, quando o circuito e o mercado eram distintos do cenário atual. São 39 trabalhos, a maioria produzida de 1960 ao final de 1990, de artistas que passaram pela sua então Galeria São Paulo. “As peças guardam histórias, daí meu interesse em preservá-las por tanto tempo”, diz Regina.

Um dos eventos marcantes do antigo espaço localizado na Rua Estados Unidos, em São Paulo, foi a primeira individual no Brasil com a múltipla produção de Helio Oiticica (Rio de Janeiro, RJ, 1937 – Rio de Janeiro, RJ, 1980), O que faço é música*, em 1986. Para aquela mostra, Regina providenciou o restauro de peças do espólio do artista que estava sob a guarda de Lygia Clark, Lygia Pape, Wally Salomão e Luciano Figueiredo, “Em 1986, todo o material especificado por Oiticica ainda existia, por isso pudemos seguir exatamente a orientação dele, coisa que um pouco mais tarde se tornaria impossível, por elementos, como tecidos e plásticos, terem saído de linha”, ressalta. Segundo a galerista, foi um panorama sintético, não comercial, de pontos luminosos de uma trajetória consagrada.

Parangolé nº1, de Helio Oiticica, um dos dois exemplares presentes na mostra que será inaugura na sede da Flutuante na Barra Funda, é fruto daquela exposição na Galeria São Paulo, quando as peças provocaram um happening na cidade. Integrantes da Escola de Samba da Mangueira vestidos de Parangolés saíram da galeria em cortejo por São Paulo, ao ar livre, a exemplo do que fizeram na famosa coletiva Opinião 65, no MAM do Rio. Na ocasião, impedidos de entrar no museu carioca, os sambistas atraíram o público do lado de fora.

Como figurinista da Tropicália, Regina era ativa na cena cultural, e vem do movimento da década de 60 a sua amizade com Oiticica. A matriz de Seja Marginal / Seja Herói (1968), bandeira que estará na atual exposição, por muito tempo esteve sob seus cuidados.  Enquanto o artista morava em Nova York, a galerista imprimia e vendia aqui no Brasil edições para enviar a renda ao amigo.

 

De Luiz Paulo Baravelli a exposição Acervo Flutuante, organizada por Regina e Manu Maltez, artista e seu sócio na galeria, traz oito obras da década de 80 – telas, desenhos e colagens – entre as quais está a pintura em grande formato (117 x 265 cm) O grande bang e o pequeno bang, de 1985, em que traz a marca de sua produção: construir espaços novos que contam histórias diferentes. Uma das duas telas de José Aguilar é um díptico, Imagem, de grande dimensão (114 x 292cm), de 1967, no qual, como destaca Frederico Morais, o artista constrói imagens que produzem o ruído infernal da urbe.

 

Fazem ainda parte da mostra desenhos de Evandro Carlos JardimWesley Duke Lee e Carlos Fajardo; telas de Amelia ToledoAnna Bella GeigerArtur BarrioBoiDudi Maia RosaGregório GruberIvaldo GranatoMarco Giannotti e Marcos Coelho Benjamim; esculturas de Mestre DidiHilton Berredo e cerâmicas de Yuasa Megumi; xilogravura de Lívio Abramo; aquarela de Marcelo Nitsche; e gravura de Maciej Antoni Babinski.

* O que faço é música (1986) na Galeria São Paulo, com curadoria de Lygia Pape, Wally Salomão, Luciano Figueiredo e direção de Regina Boni, exibia um recorte representativo da produção do artista: Metaesquemas (1956-1958), Relevos espaciais (1959), Penetráveis (1961-1980), Bólides (1963-1979), Parangolés (1964-1979), Cosmococas, em parceria com Neville de Almeida (1973-1974). As obras foram apresentadas precisamente de acordo com os exigentes escritos deixados por Oiticica. O catálogo de O que faço é música, que poderá ser visto agora nesta exposição na Galeria Flutuante, exibe textos de Oiticica, Mario Pedrosa e Guy Brett.

Exposição: Acervo Flutuante

De 14 de maio a 9 de julho de 2022

Galeria São Paulo Flutuante

Rua Brigadeiro Galvão 130, Barra Funda, São Paulo

De terça a sábado das 11h às 19h.

Fique por dentro de nossas últimas atualizações

Inscreva-se em nossa newsletter

Sem spam, notificações apenas sobre novas atualizações.

On Key

Related Posts