A designer mineira Luana Caldeira realiza a sua primeira exposição individual de artes gráficas inspirada no universo, cores e texturas dos insetos
Atraída pelo universo dos insetos desde a infância em Minas Gerais, com lupas em punho (presente do pai) a designer Luana Caldeira se viu novamente imersa em seu jardim, debruçada no cotidiano desses pequenos notáveis. Em seu quintal passou parte da pandemia a perseguir seus caminhos, observar suas texturas, seus padrões e a guardar aqueles que encontrava sem vida.
A partir daí utilizou a fotografia para capturar as cores naturais de cada um, sem intervenção ou manipulação de filtros ou ferramentas que pudessem alterar o que ela acredita ser o mais bonito: a natureza bruta e a grandeza de seres tão delicados. Com um olhar atento e sensibilidade apurada continuou, de 2020 a 2022, a sua saga em observar, recolher e criar montagens gráficas que surpreendiam pela harmonia de suas composições.
Luana resolveu, então, compartilhar essa paixão e o resultado de seu trabalho no perfil @insecarts e, para sua grata surpresa, começou a receber elogios, perguntas de curiosos e apaixonados pelos pequenos que, ampliados, passaram de notáveis para notados. Decoradores e arquitetos adquiriram algumas das produções de Luana. Para dar forma a tudo isso, a designer marca presença, pela primeira vez, na 11ª edição da DW – Design Week.
Esse amor pelos insetos, por anos adormecido, transformou-se em uma série de cerca de 40 trabalhos, dos quais 28 serão apresentados em primeira mão na Galeria Botânica, entre 6 e 11 de setembro. Além de estar inserida na programação da DW, a abertura da exposição contará com um talk dos @decornautas, Allex Colontonio e André Rodrigues, sendo André também um apaixonado pelo tema.
“A mostra é uma oportunidade para que as pessoas possam contemplar e descobrir as cores e suas nuances, o brilho, a delicadeza, as formas e todo o encanto desses pequenos seres em forma de arte, numa combinação singular entre natureza e decoração”, reforça Luana, que acredita que as imagens com base na fotografia e suas composições ganham força quando impressas com pigmentos naturais em fineart com papel metallic de fibra de algodão (hahnemuhle), que conferem um brilho proposital imitando as tonalidades cromáticas dos insetos retratados.
Luana faz questão de frisar que todas as molduras são de madeiras de reflorestamento e enaltece a importância dos insetos para toda uma cadeia de equilíbrio do ecossistema do planeta. “A sustentabilidade é um fator extremamente vital para a manutenção da biodiversidade. Nesse sentido, algumas espécies estão em perigo especialmente pelo uso exagerado de agrotóxicos, poluição do ar, da água e pelas mudanças climáticas criadas por uma cadeia de consumo que não é saudável”, enfatiza a designer.
Após passar por São Paulo, Luana apresentará seu trabalho na cidade de Belo Horizonte, onde mora, na Casa Liz, a partir de outubro.
Para aqueles que ainda não se deixaram seduzir pelos insetos, ela complementa: “Os insetos representam mais de 70% de todas as espécies de seres vivos descritos. Estima-se, segundo entomologistas (estudiosos de insetos), que existam de 5 a 30 milhões de espécies viventes, das quais mais de 1,3 milhão de diferentes espécies já foram catalogadas. Ou seja, a classe insecta é de longe a maior e a mais numerosa classe do reino animal. E você pode até torcer o nariz pra eles, mas o fato é que os insetos dominam a fauna terrestre e há 200 milhões de insetos para cada ser humano constituindo o grupo de seres vivos mais diverso e numeroso do planeta”.
Então, a dica é dar uma passadinha na Galeria Botânica para conhecer as obras e, quem sabe, se apaixonar pela exuberância desses pequenos notáveis!
Link para fotos: https://drive.google.com/drive/folders/1njxJo2cQYbprpdVbydunY6XO19O_Z1z4?usp=sharing – CRÉDITO: Daniel Mansur
Serviço:
INSECTARTS: PEQUENOS NOTÁVEIS
Abertura para convidados: 5 de setembro, das 17h às 21h30
Visitação: 6 a 11 de setembro
Local: Galeria Botânica
Endereço: Rua Lisboa, 550 – Pìnheiros