Centro de Pesquisa e Formação (CPF) do Sesc São Paulo divulga programação de atividades voltadas aos debates sociais

  • Unidade localizada no bairro da Bela Vista, em São Paulo, tem extensa programação com mais de 40 atividades em setembro;

 

  • São diversas opções de cursos, encontros, debates, palestras, bate-papos online ou presenciais, incluindo atividades gratuitas;

 

  • Programação contempla atividades que abordam ciências sociais, gêneros, raça e classe;

São Paulo, setembro de 2022 – Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo, unidade voltada à reflexão crítica e à produção de conhecimentos nos campos da educação, arte, gestão e mediação culturais, apresenta sua programação para as primeiras semanas de setembro. Divididas nas categorias de Autografias, Cursos e Palestras, Ciclos e Seminários, Em Primeira Pessoa, Gestão Cultural e Experiências Estéticas, o CPF promove atividades online ou presencial, voltadas às discussões sociais e políticas, contemporâneas ou não, com a participação de diversos especialistas. As inscrições já estão abertas pelo site oficial, https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/.

Em formato online, nos dias 05 e 12 de setembro, acontecem as primeiras atividades do curso 200 Anos de Independência do Brasil, com a proposta de entender como a formação econômico-social brasileira se relaciona com a democracia existente. Participam nessas primeiras duas datas a professora e historiadora Íris Kantor (USP); o historiador Vinícius Barbosa (UNIFESP); o professor titular de história contemporânea da USP, Osvaldo Coggiola, e o professor, historiador e comunicador do canal História Cabeluda, Gustavo Gaiofato. A iniciativa é fruto da parceria entre a Boitempo Editorial e o Sesc São Paulo.

No âmbito político e das Ciências Sociais, o CPF apresenta o curso A História do Populismo no Brasil: Teorias e Lutas, nos dias 13 e 14 de setembro, ministrado pelo doutor em Ciências Políticas e pesquisador associado ao Centro de Estudos Políticos da Science Po Paris, Thomás Zicman de Barros. O objetivo principal da atividade é estudar as diversas teorias sobre o populismo formuladas por intelectuais do Brasil e do mundo, além de compreender como essa palavra foi usada por atores políticos brasileiros – na mídia, por exemplo.

Mantendo ainda opções de cursos onlines gratuitos, o Centro de Pesquisa e Formação oferece ao público a série Livros e Ideias de Autoria Negra, com três agendas em setembro. A primeira delas, no dia 05, aborda o livro “A Invenção das Mulheres” (Bazar do Tempo, 2021), da socióloga nigeriana Oyèrónké Oyewùmí. Participam desse debate a jornalista Rosane Borges e a phD em Estudos Interdisciplinares sobre Gênero Mulheres e Feminismo, Florita Telo.

Confira abaixo a programação completa do segmento até 17/09:

  • 200 anos de Independência do Brasil (online)

12/9 – Caminhos da revolução brasileira (15h às 17h)
Professor: Osvaldo Coggiola (USP).
Mediador: Gustavo Gaiofato (Canal História Cabeluda).

Passados 200 anos do grito de independência às margens do Ipiranga muita coisa mudou, mas muito ainda permanece igual no Brasil. Neste curso, buscaremos entender como a formação econômico-social brasileira se relaciona com a democracia existente. E para imaginarmos outros futuros possíveis, discutiremos também o papel dos livros como meio educativo na formação nacional e os caminhos para a transformação da realidade brasileira. O curso é uma parceria da Boitempo e do Sesc São Paulo.

  • Educação, Patrimônio Cultural e Cidadania (presencial)

Data: de 8 a 29 de setembro – às quintas-feiras, das 14h às 17h

O curso tem como objetivo fornecer instrumentos práticos para educadores trabalharem a educação patrimonial como ferramenta pedagógica.

Após uma introdução sobre as linhas gerais do desenvolvimento das instituições e práticas de patrimônio cultural e do desenvolvimento da cidade de São Paulo, os participantes conhecerão a metodologia do Inventário Participativo de Referências Culturais por meio de uma oficina.

As perspectivas decolonial, racial e de gênero serão abordadas de forma transversal em todo o curso.

Palestrantes: Regina Bortolo (REPEP) e Vanessa Corrêa (FAUUSP).

  • Desafios da Sociedade Civil no Séc XXI (presencial)

Data: de 8 a 29 de setembro

8/9 – 19h às 21h – A defesa da Democracia no séc XXI

Como podemos ampliar a vivência democrática em nossa sociedade? O obstáculo de consolidar e expandir o sistema democrático em nosso país pode ser realizado apenas pelo processo eleitoral?

Com Anna Cláudia Teixeira (Unicamp) e Weber Sutti (Fundação Lemann)

15/9 – 19h às 21h – Políticas Públicas e ativismo político

A sociedade civil pode interferir na elaboração, execução e avaliação das políticas públicas? De que forma as organizações civis podem influenciar positivamente os rumos das ações estatais?

Com Rosemary Segurado (PUC/SP) e Mariana Almeida (Fundação Tide Setúbal).

  • Livros e ideias de autoria negra: A invenção das mulheres, de Oyèrónké Oyewùmí (online)

Data: 8 de setembro – 19h às 21h

A série “Livros e ideias de autoria negra” se propõe a ser um convite para que as pessoas se aproximem do pensamento africano e negro-brasileiro, colaborando dessa forma com a disseminação de perspectivas que tensionam a produção intelectual brancocêntrica num exercício de ruptura com a colonialidade do saber.

Cada encontro estará focado em um livro que será discutido por um(a) palestrante acompanhado(a) de um(a) debatedor(a).

No primeiro encontro da série será abordado o livro “A invenção das mulheres” (Bazar do Tempo, 2021) da socióloga nigeriana Oyèrónké Oyewùmí. A obra é resultado de sua tese de doutorado e “revela como a ideologia do determinismo biológico está no cerne das categorias sociais ocidentais – a ideia de que a biologia fornece a base lógica para organizar o mundo social. Em oposição, a autora mostra como conceitos baseados no corpo não eram centrais na organização das sociedades iorubás antes da colonização”.

Palestrante: Florita Telo.
Debatedora: Rosane Borges.

  • A Formação das Sujeitas e Sujeitos Periféricos: Cultura e Política na Periferia (presencial)

Data: 12 de setembro – 19h30 às 21h30

O livro traça um panorama das periferias urbanas paulistanas nos últimos trinta anos, enfatizando a organização política da juventude por meio da cultura. A partir de uma perspectiva periférica, o livro reconta a paisagem violenta da década de 1990, os dilemas e desafios dos governos progressistas e o avanço do conservadorismo.

A obra dedica uma especial ênfase à relação entre esses contextos históricos e a organização em coletivos culturais, salientando a importância do grupo de rap Racionais MC’s para uma nova maneira da periferia se compreender e atuar no mundo. O livro é fruto da tese de doutorado do autor, defendida em 2013, na USP, tendo sido bastante lida nas quebradas e nas universidades.

A tese embasou teoricamente a Lei de Fomento à Cultura das Periferias e recebeu Menção Honrosa no Prêmio de Musicologia da Casa das Américas, em Cuba, 2016. Como parte do lançamento, haverá apresentação artística (voz e violão) do cantor Tita Reis, que interpretará algumas canções, e da cantora Luzinete Borges, que recitará trechos do livro.

Palestrantes: Tiarajú Pablo D’Andrea (Unifesp e EACH/USP); Luz Borges (Unifesp) e Tita Reis (músico).

Arte e Antropologia (online)

Data: de 13 a 27 de setembro – às terças-feiras, das 10h às 13h

Arte e antropologia coabitam os territórios das pesquisas, práticas e experiências em torno de fatos sociais e de ideias como “cultura”, “etnicidades”, “alteridades”. Essa história tem sido marcada por aproximações e colaborações, bem como por apropriações, fricções e disputas entre perspectivas artísticas, estéticas, etnográficas e antropológicas.

Partindo de trabalhos e conceitos de artistas e de antropólogos, o curso apresenta algumas dessas convergências e divergências, propondo uma reflexão crítica e coletiva em torno dos limites e das potências dessas singulares perspectivas.

Palestrante: Marcelo Campos (Fábrica de Quadrinhos e Quanta Academia de Arte)

  • A História do Populismo no Brasil: Teorias e Lutas (presencial)

Data: 13 e 14 de setembro – das 18h30 às 21h30

O objetivo do curso é estudar uma palavra que está na moda: populismo. Fala-se muito de populismo, para se caracterizar os políticos mais diversos. Mas, afinal, do que falamos quando usamos essa palavra? No curso, dividido em dois encontros, estudaremos as diversas teorias sobre o populismo formuladas por intelectuais do Brasil e do mundo, mas não só.

Nosso foco principal será o estudo de como essa palavra foi usada por atores políticos brasileiros – na mídia, por exemplo. Veremos como ao longo da história do Brasil no último século o termo “populismo” serviu de instrumento para atacar adversários, mas surpreendentemente também foi reivindicado como um movimento de emancipação dos setores excluídos.

Estudando ao mesmo tempo as teorias sobre o populismo e as diversas lutas políticas ao redor do termo – e como essas duas esferas se comunicam – poderemos entender melhor o contexto político atual do país. Os encontros discutirão os seguintes temas:

– Do que falamos quando falamos de “populismo”?
– O “populismo” na imprensa, na política e na academia brasileira
– O “populismo” no debate público atual

Palestrante: Thomás Zicman Bastos (Centro de Estudos Políticos da Sciences Po Paris)

  • Uma história da branquitude nas artes visuais (presencial)

Data: de 14 de setembro a 05 de outubro – às quintas-feiras, das 10h às 12h30

As obras de arte, no Ocidente, carregam um alto valor simbólico, sendo muito apreciadas por suas características estéticas. Aspectos formais ou técnicos, no entanto, costumam esconder (ou naturalizar) discursos de poder, silenciando processos violentos que vêm ocorrendo de maneira sistemática desde a fundação do mundo moderno, estabelecido a partir da colonização de corpos e territórios.

Em meados do século XVIII, o racismo tornou-se uma teoria pautada na “racionalidade”, que ganharia ares “científicos” no século seguinte. Porém, antes mesmo que existisse por escrito, a hierarquia de seres humanos baseada em tons de pele já estava presente no âmbito da pintura, num momento em que pessoas negras eram usadas para fins pitorescos, ou seja, o de realçar a brancura dos habitantes das metrópoles, característica paulatinamente associada à ideia de “civilização”.

É no final do mesmo século XVIII em que se fundam os museus, instituições contemporâneas da Revolução Francesa, cujo lema “Liberdade, igualdade e fraternidade” se celebra ainda hoje. Ao analisar as imagens, porém, é notável que estes direitos a princípio universais aplicam-se a uma categoria bastante restrita da população.

Partindo da contradição entre o discurso genérico e a materialidade das obras, o curso analisará a persistência da supremacia branca na arte do Ocidente em três momentos-chave: a iconografia da Revolução do Haiti, o modernismo que se pretendia “cosmopolita” na Paris do início do século XX e as exposições contemporâneas que celebram a diversidade, mas que podem perversamente reforçar o poder (material e simbólico) daqueles que o detém.

Palestrante: Mariana Leme (Curadora e pesquisadora, interessada no cruzamento entre branquitude, colonialidade e cultura visual.)

  • Livros e ideias de autoria negra: A razão africana, de Muryatan Barbosa (online)

Data: 15 de setembro – 19h30 às 21h

A série “Livros e ideias de autoria negra” se propõe a ser um convite para que as pessoas se aproximem do pensamento africano e negro-brasileiro, colaborando dessa forma com a disseminação de perspectivas que tensionam a produção intelectual brancocêntrica num exercício de ruptura com a colonialidade do saber.

Cada encontro estará focado em um livro que será discutido por um(a) palestrante acompanhado(a) de um(a) debatedor(a).

Vencedor do Jabuti 2021 na categoria Ciências Sociais, o livro “A razão africana” (Todavia, 2020) de Muryatan Barbosa “traça um panorama breve do pensamento africano contemporâneo, em uma síntese que perpassa mais de um século de história e faz um apanhado da produção de intelectuais negros ao longo do séc. XX, superando a noção de que o pensamento africano só pode tratar de temas como ancestralidade e tradição”.

Com Muryatan Barbosa (UFABC).

Debatedor Amilcar A. Pereira (UFRJ).

  • O imaginário da Independência do Brasil em construção

Data: de 16 a 30 de setembro – às sextas-feiras, das 10h às 13h

Após a Independência, proclamada em 1822, artistas e intelectuais investiram na criação de uma memória oficial sobre a nação brasileira. Em São Paulo, por exemplo, foi encomendada a pintura “Independência ou morte!” e no bairro do Ipiranga, foram construídos, em momentos distintos, o edifício que hoje é o Museu do Ipiranga, o Monumento à Independência e o jardim entre eles.

Palestrantes: Eduardo Polidori (Historiador e mestre em Museologia pela USP), Marcelo Cardoso Paiva (Professor, historiador, mestre e doutor em arquitetura e urbanismo pela USP) e Michele Scapol Monteiro (Mestre e doutora em arquitetura e urbanismo pela USP).

  • Políticas do imaginário: imagens de mulheres negras (presencial)

Data: de 16 de setembro a 07 de outubro – às sextas-feiras, das 10h às 12h

O curso discute a circulação de duas imagens de mulheres negras nas redes sociais: A fotografia “Mulher negra escravizada de turbante”, (Alberto Henschel, 1870) e a pintura “Femme noire assise de face”, (Félix Vallotton, 1911) que comumente são associadas a personalidades importantes da história latino-americana, como a brasileira, Tereza de Benguela, e a colombiana, Casilda Cundumí.

Partimos do princípio que a apropriação de imagens criadas no contexto de uma sociedade racista é um recurso muito utilizado por artistas contemporâneos, que em alguma medida empobrece a discussão nas artes visuais e auxilia na perpetuação de estereótipos desses atores sociais.

Como essas imagens criadas por artistas brancos europeus dos séculos XIX e XX estão sendo ressignificadas e utilizadas nas redes sociais? Essa é uma solução ou a manutenção rasa na construção de memória a respeito das mesmas?

O objetivo é possibilitar um olhar mais atento às imagens e seus discursos, especialmente em tempos de abundância de informações que recaem sobre nossos olhos.

Palestrantes: Elidayana Alexandrino (Artista visual, educadora e pesquisadora) e Lorrane Rodrigues (Mestra em História e educomunicadora).

Sobre o Centro de Pesquisa e Formação – Sesc São Paulo

O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc é uma unidade voltada à reflexão crítica e à produção de conhecimentos nos campos da educação, arte, gestão e mediação culturais.

A proposta do Centro de Pesquisa e Formação é a de constituir um espaço articulado entre produção de conhecimento, formação e difusão. Procura-se, assim, propiciar trânsitos e trocas entre o saber fazer da instituição, os dados, informações e pesquisas existentes, bem como as temáticas permanentes, transversais e emergentes envolvendo educação e cultura.

O Centro de Pesquisa e Formação é composto por três núcleos: o Núcleo de Pesquisas, que se dedica à produção de bases de dados, diagnósticos e estudos em torno das ações culturais e dos públicos; o Núcleo de Formação promove encontros, palestras, oficinas e cursos; o Núcleo de Publicações e Difusão se volta para o lançamento de trabalhos nacionais e internacionais que ofereçam subsídios à formação de gestores e pesquisadores.

Serviço

Onde: Centro de Pesquisa e Formação Sesc São Paulo

Endereço: Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar – Bela Vista – São Paulo

Site: https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/

 

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