No mês de outubro, o Sesc Ipiranga realiza duas temporadas teatrais escritas, dirigidas e encenadas por mulheres

“Capô” e “Tríptico A Morte da Estrela” levam aos palcos importantes nomes do teatro brasileiro

Em outubro, duas peças estão em cartaz simultaneamente no Sesc Ipiranga e possibilitam ao público o encontro com artistas mulheres de consolidada trajetória nas artes cênicas. A primeira obra é Capô, que estreia no dia 5 de outubro, no Auditório da unidade, marcando a retomada do projeto Teatro Mínimo, após quase três anos de pausa devido à pandemia.

Criado em 2011, pela equipe de programação do Sesc Ipiranga, o Teatro Mínimo foi concebido com o objetivo de apresentar temporadas de espetáculos teatrais que discutem a experimentação das linguagens cênicas, além de aproximar fisicamente o público dos artistas, deixando a experiência mais intimista.

O Teatro Mínimo é um espaço justo, na forma da sala e no conteúdo do projeto. Equipada em todos os sentidos, permite excelência técnica e humana das obras, que são pequenas no tamanho e não na dimensão da comunicação ou na relevância para a vida“, opina Georgette Fadel, que esteve presente como atriz na experimentação Afinação I, como provocadora cênica em Instabilidade Perpétua e retorna agora em outubro como diretora de Capô.

Capô conta com dramaturgia compartilhada entre Georgette Fadel e as atrizes Laura Fajngold, Luciana Froes e Sarah Lessa. A obra surgiu com a pesquisa acerca do livro Teoria King Kong, de Virginie Despentes e, a partir dele, o estudo sobre a história da opressão e holocausto das mulheres – e daí para a história da opressão de um ser sobre outro – foi desenvolvida. Em cena, três mulheres sobreviventes, após a última batalha que destruiu o planeta, encontram-se e partem rumo a uma jornada pelas etapas de reconstrução de novas formas de humanidade.

Todos os elementos constituintes do trabalho, sonoridade, cenografia, figurino e Iluminação, compõem a dramaturgia, criando uma união desses itens em cena. A direção de arte é de Laura Vinci.

Já o espetáculo Tríptico A Morte da Estrela, que estreia em 7 de outubro, convida o público para uma imersão em aspectos múltiplos do tema central da obra: a falência dos grandes sistemas e dos modos de convivência dominantes, traduzidos no questionamento da persona social da “estrela”. As três estações formam um quadro multifacetado sobre a morte da estrela, indo desde o desmonte do star system, até a explosão dos corpos celestes e a rebelião das mulheres.

Cada uma das estações parte da proposição de uma artista diferente da cena, que conduz a equipe criativa e o elenco, compostos apenas por mulheres. Natalia Malo, Lu Favoreto e Cibele Forjaz assinam a encenação, e Fernanda Haucke, Lúcia Romano e Thais Dias atuam, além de colaborarem na concepção de cena e de dramaturgia. A escrita dos textos tem a participação de Vana Medeiros e Cláudia Schapira. Carla Caffé assina a direção de arte, cenografia e figurinos, ao passo que Cibele Forjaz faz o desenho da luz. A composição sonora é de Natalia Malo. Ao lado delas, outras muitas mulheres estão presentes.

 

As três estações têm em média 50 minutos de duração, e podem ser assistidas em separado ou em sequência. Prevê-se o sorteio da ordem de apresentação e o deslocamento do público ao longo do Tríptico.

Para Danilo Santos de Miranda, Diretor do Sesc São Paulo, “[…] Em Capô e no Tríptico A Morte da Estrela, padrões são contestados a partir de uma série de pesquisas.”

“Na primeira peça, escrita pela diretora Georgette Fadel em colaboração com o elenco, três mulheres sobreviventes buscam o sentido da vida após uma guerra que destruiu o planeta em uma jornada que visa reconstruções. Na segunda produção, da Barca de Dionísios, as criadoras exploram, cenicamente, mudanças na forma de interpretação das atrizes no século XXI, problematizando modelos hegemônicos no que diz respeito ao gênero na contemporaneidade — sobretudo num sentido metalinguístico.”, complementa o Danilo Santos de Miranda.

Serviços:

Espetáculo: Capô

Direção: Georgette Fadel.

Elenco: Laura Fajngold, Luciana Froes e Sarah Lessa.

Dramaturgia: Georgette Fadel, com colaboração das atrizes.

Dramaturgismo: Lara Duarte.

Assistência de pesquisa dramatúrgica: Belise Mofeoli.

Direção de arte: Laura Vinci.

Assistente de direção de arte: Flora Belotti e Bia Coelho.

Figurinos: Joana Porto e Rogério Pinto.

Estreia: Quarta-feira, dia 5 de outubro, às 21h.

Temporada: 5 a 22 de outubro. Quartas a sábados, às 21h. Feriado de 12 de outubro, às 18h.

Classificação: 16 anos. Duração: 60 minutos

Ingressos: disponíveis no portal e nas unidades do Sesc São Paulo

R$30,00 (inteira) l R$15,00 (estudante, servidor de escola pública, idosos, aposentados e pessoas com deficiência) l R$9,00 (credencial plena).

Espetáculo: Tríptico A Morte da Estrela

Atrizes-criadoras: Lúcia Romano, Fernanda Haucke e Thais Dias.

Composição de trilha original, direção musical e arranjos: Natalia Mallo.

Direção de arte, cenografia e figurinos: Carla Caffé.

Desenho de Luz: Cibele Forjaz.

Dramaturgia: Estação#1 – Vana Medeiros; Estação#2 – Lúcia Romano, Fernanda Haucke, Thais Dias e Lu Favoretto; Estação#3 – Cláudia Schapira.

Preparação corporal e direção de movimento: Lu Favoretto.

Direção Geral e encenação: Estação#1 – Natalia Mallo; Estação#2 – Lu Favoretto; Estação#3 – Cibele Forjaz.

Estreia: Sexta-feira, dia 7 de outubro, às 20h.

Temporada: 7 de outubro a 6 de novembro. Sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 18h. Sessão 23/10 com intérprete de libras

Classificação: 14 anos

Ingressos: disponíveis no portal e nas unidades do Sesc São Paulo

R$40,00 (inteira) l R$20,00 (estudante, servidor de escola pública, idosos, aposentados e pessoas com deficiência) l R$12,00 (credencial plena).

Fique por dentro de nossas últimas atualizações

Inscreva-se em nossa newsletter

Sem spam, notificações apenas sobre novas atualizações.

On Key

Related Posts

João Ventura em Contraponto

Pianista, cantor e compositor brasileiro que encantou Madonna, apresenta espetáculo no Teatro B32, fará a fusão da música erudita com a popular O pianista, cantor