APÓS SUCESSO DA TEMPORADA CARIOCA, MONÓLOGO INÉDITO, ESTRELADO POR VERA HOLTZ E ESCRITO E ENCENADO POR RODRIGO PORTELLA, ESTREIA NO TEATRO FAAP, EM 19 DE JANEIRO

Com mais de 23 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, o livro Sapiens – uma breve história da humanidade, do professor e filósofo Yuval Noah Harari, foi o ponto de partida para o espetáculo Ficções, idealizado pelo produtor Felipe Heráclito Lima e escrito e encenado por Rodrigo Portella. Depois de uma temporada de sucesso no Rio de Janeiro, o monólogo, que marca o retorno de Vera Holtz aos palcos depois de três anos, estreia em 19 de janeiro, no Teatro FAAP, em São Paulo, para uma temporada até 26 de março.

Publicado em 2014, o livro de Harari afirma que o grande diferencial do homem em relação às outras espécies é sua capacidade de inventar, de criar ficções, de imaginar coisas coletivamente e, com isso, tornar possível a cooperação de milhões de pessoas – o que envolve praticamente tudo ao nosso redor: o conceito de nação, leis, religiões, sistemas políticos, empresas etc. Mas também o fato de que, apesar de sermos mais poderosos que nossos ancestrais, não somos mais felizes que esses. Partindo dessa premissa, o livro indaga: estamos usando nossa característica mais singular para construir ficções que nos proporcionem, coletivamente, uma vida melhor?

“É um livro que permite uma centena de reflexões a partir do momento em que nos pensamos como espécie e que, obviamente, dialoga com todo mundo. Acho que esse é o principal mérito da obra dele.”, analisa Felipe H. Lima, que comprou os direitos para adaptar o livro para o teatro em 2019. Instigado pelas questões trazidas pelo livro e pela inevitável analogia com as artes cênicas – por sua capacidade de criar mundos e narrativas – o encenador Rodrigo Portella criou um jogo teatral em que a todo momento o espectador é lembrado sobre a ficção ali encenada: “Um dos principais objetivos é explorar o sentido de ficção em diversas direções, conectando as realidades criadas pela humanidade com o próprio acontecimento teatral”, resume.

Quando foi chamado para escrever e dirigir,

Rodrigo imaginou que iria pegar pedaços do livro para transformar em um espetáculo: “Ao começar a ler, entendi que não era isso. Era preciso construir uma dramaturgia original a partir das premissas do Harari que seriam interessantes para a espetáculo. Em nenhum momento, no entanto, a gente quer dar conta do livro na peça. Na verdade, é um diálogo que a gente está estabelecendo com a obra”, enfatiza. A estrutura narrativa foi outro ponto determinante no propósito do espetáculo: “Eu queria fazer uma peça que fosse espatifada, não é aquela montagem que é uma história, que pega na mão do espectador e o leva no caminho da fábula. Quis ir por um caminho onde o espectador é convidado, provocado a construir essa peça com a gente. É uma espécie de jam session. É uma performance em construção, Vera e Federico brincam com tudo, com os cenários, tem uma coisa meio in progress“, descreve.

Para a empreitada, Rodrigo contou com a interlocução dramatúrgica de Bianca RamonedaMilla Fernandez e Miwa Yanagizawa: “Mesmo sem colaborar diretamente no texto, elas foram acompanhando, balizando a minha criação, foram conversas que me ajudaram a alinhar a direção, o caminho que daria para o espetáculo”, conta.

Vera Holtz se desdobra em personagens da obra literária e em outras criadas por Rodrigo, canta, improvisa, “conversa” com Harari, brinca e instiga a plateia, interage com o músico Federico Puppi – autor e performer da trilha sonora original, com quem divide o palco. Em outros momentos, encarna a narradora, às vezes é a própria atriz falando. “Eu gosto muito desse recorte que o Rodrigo fez, de poder criar e descriar, de trabalhar com o imaginário da plateia”, destaca Vera. “O desafio é essa ciranda de personagens, que vai provocando, atiçando o espectador. Não se pode cristalizar, tem que estar o tempo todo oxigenada”, completa. Rodrigoconcorda: “É um espetáculo íntimo, quem for lá vai se conectar com a Vera, ela está muito próxima, tem uma relação muito direta com o espectador”.

BIOS

Felipe Heráclito Lima

Especializado na idealização de projeto culturais, diretor da Sevenx Produções Artísticas e da F&F Film Productions, Felipe Heráclito Lima é ator formado pela CAL e publicitário pela PUC-RJ. Felipe também é especializado em captação de recursos e em gestão de recursos incentivados para grandes empresas. Esteve à frente de projetos como “R&J” de Shakespeare (2011), de Joe Calarco, Prêmio APTR “Melhor Produção”; Fonchito&aLua (2014), de Mario Vargas Llosa; Mas Porquê??! A História de Elvis (2015), de Peter Shossow – Prêmio APCA de “Melhor Musical Infantil 2015; Memórias de Adriano (2016), de Marguerite Yourcenar; Lá Dentro Tem Coisa (2016), de Adriana Falcão; Dogville (2018), de Lars Von Trier, e Fim de Caso(2019), de Graham Greene, entre outros.

Rodrigo Portella

Artista cênico nascido no interior do Brasil, diretor teatral, iluminador e dramaturgo com 45 anos de idade e 30 anos de carreira. Escreveu 12 peças teatrais e dirigiu outras 40 obras em teatro e vídeo. Ganhou os mais importantes prêmios de teatro brasileiro da última década como diretor com as peças As Crianças (de Lucy Kirkwood) em 2020 e Tom na Fazenda (de Michel Marc Bouchard) em 2018. Este último ganhou o Prêmio da Crítica de Melhor espetáculo estrangeiro em Montreal (Canadá), no biênio 2018/2019, e os prêmios APCA (São Paulo – 2019) e APTR (Rio de Janeiro – 2018) entre muitos outros. Rodrigo é graduado e mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, com doutorado em andamento. Mestre em cinema pela Nouprodigi/Barcelona, suas obras ocuparam os principais espaços culturais de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo e entraram na programação dos maiores festivais de teatro do país, circulando em mais de 90 cidades no Brasil, Argentina, Equador, Chile, França, Alemanha e Canadá. Atualmente vive em Barcelona, é professor do curso superior do Instituto Cal de Arte e Cultura e trabalha na produção da turnê França – Bélgica – Suíça do seu espetáculo Tom na Fazenda, que será inaugurada no Théâtre Paris-Villette na capital francesa.

Vera Holtz

Vera Holtz nasceu em Tatuí, interior de São Paulo, onde iniciou seus estudos nas artes através da música e artes plásticas. Na década de 70, após um breve período na EAD-USP, foi para o Rio de Janeiro, onde seguiu seus estudos e estreou em 1979 com a peça Rasga coração, de Oduvaldo Vianna Filho, com direção de José Renato – a primeira peça liberada pela censura, durante o regime militar. Vera possui um vasto currículo composto por trabalhos em TV, teatro e cinema. Vinte e oito vezes indicada, em 1985 ganhou o Prêmio Mambembe de Melhor Atriz pela peça infantil Astrofolia. Em 1989, ganhou o Prêmio Shell de Melhor Atriz pela peça Um certo Hamlet. Com a peça Pérola, de Mauro Rasi, que ficou cinco anos em cartaz e foi vista por cerca de 200 mil pessoas, Vera conquistou quatro importantes prêmios nacionais na categoria de melhor atriz: Mambembe, Shell, Sharp e APETESP. Em 2007, ganhou o Prêmio Mambembe de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação na novela

Paraíso Tropical, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Estreou como diretora teatral em 2010, com Guilherme Leme, na peça O Estrangeiro, de Albert Camus, monólogo adaptado pelo dramaturgo dinamarquês Morten Kirkskov.

Yuval Noah Harari

Nascido em Israel, em 1976, Harari é historiador, filósofo, PhD em História pela Universidade de Oxford e autor best-seller de Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã, 21 Lições para o Século 21 e Sapiens: Uma História Gráfica. Seus livros venderam mais de 40 milhões de cópias em 65 idiomas, e ele é considerado um dos mais influentes intelectuais públicos do mundo hoje. Atualmente é professor do Departamento de História da Universidade Hebraica de Jerusalém. Ele escreve artigos para publicações como The Guardian, The Financial Times, The New York Times, TIME e The Economist. Em 2021, Harari foi agraciado com o Prêmio Honorário da Associação de Correspondentes de Imprensa Estrangeira dos EUA. Em 2020, recebeu o título de Doctor Honoris pela VUB (Universidade Livre de Bruxelas) e recebeu o prêmio CITIC Author of the Year, na China, por Sapiens: Edição em quadrinhos. Em 2019, Sapiens ganhou o “Academic Book of the Year”, no Academic Book Trade Awards, do Reino Unido. Em 2017, Homo Deus recebeu o German Economic Book Award da Handelsblatt como “O livro de economia mais ponderado e influente do ano” e, em 2015, Sapiens foi vencedor do Wenjin Book Award da China.

SERVIÇO

Temporada | de 19 de janeiro a 26 de março de 2023

Horário sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 18h

Local | Teatro FAAP

Endereço | Rua Alagoas, 903 – Higienópolis

Tel | 11 3662-7233 / 97185-9332 (whatsapp)

Capacidade | 510 lugares

Entrada | de R$50 a R$150

Classificação indicativa |12 anos

Duração | 80min

VERA HOLTZ em FICÇÕES 

Inspirada a partir do livro Sapiens – Uma breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari

Idealizada por Felipe Heráclito Lima

Escrita e encenada por Rodrigo Portella

Performance e Trilha Sonora Original: Federico Puppi

Interlocução dramatúrgica: Bianca RamonedaMilla Fernandez e Miwa Yanagizawa

Assistente de direção: Cláudia Barbot

Cenário: Bia Junqueira

Figurino: João Pimenta

Iluminação: Paulo Medeiros

Preparação corporal: Tony Rodrigues

Preparação vocal: Jorge Maya

Programação Visual: Cadão

Fotos: Ale Catan

Direção de produção: Alessandra Reis

Gestão de projetos e leis de incentivo: Natália Simonete

Produção executiva: Wesley Cardozo

Administração: Cristina Leite

Produtores associados: Alessandra Reis, Felipe Heráclito Lima e Natália Simonete

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