As apresentações acontecem de 26 a 29 de janeiro de 2023 e fazem parte da programação especial que marca o encerramento do período de visitações da Exposição Flávio de Carvalho Experimental com curadoria de Kiki Mazzukelli e Pollyana Quintella.
O Bailado do Deus Morto, de Flávio de Carvalho, com direção de Marcelo Drummond, encerra a exposição dedicada ao artista no Sesc Pompeia com quatro apresentações no Teatro da unidade. As impressionantes máscaras de alumínio arcaico-futuristas projetadas por Flávio de Carvalho em releituras produzidas para o Oficina voltam aos corpos-cavalos que as sustentam em contracenação direta com a obra de Lina Bo Bardi na fábrica da Pompeia. A peça foi escrita em 1933 para a inauguração do Teatro da Experiência, projeto idealizado por Flávio: um espaço para prática e apresentações no qual o teatro fosse encarado de fato como experiência – cênica, arquitetônica, humana e dramatúrgica. Com isso, Flávio pretendia impulsionar o teatro feito em São Paulo e no Brasil a outras, mais ousadas, aventuras estéticas. O “laboratório de pesquisas teatrais”, duramente perseguido pela censura de então, teve vida curta e Flávio não pôde realizar seu projeto de encenar ali peças de Oswald de Andrade. Mas o espaço pôde abrigar a estreia e algumas poucas apresentações d’O Bailado, com seu coro de músicos negros da recém-nascida Vai-Vai vestindo as máscaras de alumínio desenhadas por Flávio e algumas outras poucas experiências, “como a coletânea de danças e cânticos da época da escravidão, que causou vivo sucesso e onde Henricão (fundador da Vai-Vai, presente no elenco da primeira montagem d’O Bailado) e sua ‘troupe’ brilharam”, como descreve o próprio Flávio em seu relato da epopéia do Teatro da Experiência. A peça se dá “numa escala de alguns milhões de anos” e quer provocar reflexão, e alguma turbulência, sobre a relação da espécie humana com a ideia de Deus, em uma dança-cântico com movimentos descritos em detalhe nas rubricas do autor.
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