Museu das Favelas anuncia programação gratuita para o mês de abril

Na agenda, oficina de contação de histórias e tecelagem, lançamento de livros, rodas de conversa, exposições e a importante continuidade do ciclo de palestras sobre empreendedorismo feminino. A segunda convidada do “Mulheres – Raça, Classe e Negócios” será Semayat Oliveira, cofundadora do Nós, Mulheres da Periferia e consultora do podcast Mano a Mano

 

Museu das Favelas, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, recebe em abril lançamentos de livros, oficina de contação de história e tecelagem, além da exposição dos 20 anos da Feira Preta que caminha para o seu encerramento.

            A programação do mês começa no dia 08 com o lançamento da coletânea “Novos Rumos da Comunicação Comunitária no Brasil” e a oficina “A arte do tear e tecer histórias”. “Novos Rumos”, da Agência de Notícias das Favelas (ANF), é uma coletânea de textos organizada pelo jornalista André Fernandes, fundador da ANF, que reúne Adair Rocha, fundador do Núcleo de Comunicação Comunitária da PUC-Rio, Alexandre Santini, ex-diretor de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, André Santana, jornalista e professor da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Mara Rovida, autora do livro “Jornalismo das Periferias – o diálogo social solidário nas bordas urbanas”, Patrick Granja, autor do livro “Cadê o Amarildo?”, Michele Cruz Vieira, professora da Universidade Veiga de Almeida e da Faculdade Hélio Alonso – Facha, Renata Feital, professora no curso de Jornalismo da Universidade Estácio de Sá e Wellington Frazão, coordenador do canal de webTV Periferia em Foco. O prefácio é do fundador do Grupo Eco e do Viva Rio, Itamar Silva, e a apresentação é da ensaísta e professora Ivana Bentes. O evento acontecerá no Auditório Estouro, às 16h.

            A arte educadora Nancy Teixeira ministrará a oficina “Arte do tear”, nos dias 08 e 15, das 13 às 16h. Serão dois encontros que visam proporcionar momentos de encantamentos, contação de história, diálogo e produção partilhada com tecelagem em papelão inspirada na contação de história, metodologia da Pedagogia Griô.

            No dia 22/04, às 11h, no Auditório Estouro, a Unilever apresenta o projeto “Mulheres – Raça, Classe e Negócios”. Este, que é um ciclo de palestras que, até junho, convida mulheres potentes para falas inspiradoras, teve em sua estreia a participação da empresária Rachel Maia. Agora, para a segunda rodada de troca de saberes, a convidada será Semayat Oliveira. Jornalista, escritora e produtora, Semayat atualmente produz e atua, em parceria com  Mano Brown, no podcast MANO A MANO. “A curadoria dessa ação traz profissionais que podem falar com propriedade sobre o mercado que atuam. O fio que as conecta é a origem. O ponto de partida são as periferias. Dali, ganharam espaço, visibilidade e notoriedade em lugares distintos. São oriundas de úteros negros, indígenas e periféricos”, ressalta Carla Zulu, Coordenadora de Relações Institucionais e porta-voz do Museu das Favelas. Vale destacar que a iniciativa é uma proposta do CORRE – Centro de Formação, Trabalho, Renda e Empreendedorismo do Museu das Favelas. Na mesma data, às 14h, a série Papo Reto traz uma roda de conversa sobre as experiências urbanas de povos indígenas em relação às favelas do Brasil, com Lídia Pankararu, agente de saúde e líder espiritual, Ivone Pankararu e José Pankararu, secretária e conselheiro, respectivamente, da Associação Indígena Pankararu, localizada na comunidade do Real Parque, na cidade de São Paulo. 

No dia 29, às 11h, lançamento do livro infantil “Amiga estadunidense da Abayomi”, de Maria Aline Soares. A obra conta a história de Abayomi, menina brasileira que tem uma amiga afro-americana dos Estados Unidos. O livro  aborda as semelhanças entre as culturas afro-brasileiras e afro-americanas. Juntas, Abayomi e Marla descobrem sobre os heróis que fizeram história na cultura e memória afro da Diáspora Africana ao redor do mundo. Partindo da ótica de Abayomi, o livro fala sobre ancestralidade, comida típica afro-brasileira e tradição familiar.

            A exposição “Identidade Preta: 20 anos do Festival Feira Preta” chegou na reta final. A exposição ficará disponível até o dia 30 de abril, quando será encerrada junto de uma roda de conversa com empreendedoras, das 14h até 15h30. Aberta no Museu das Favelas desde a sua inauguração, a exposição celebra o maior evento da cultura negra da América Latina, trazendo de modo lúdico o histórico da evolução da feira, apresentando ao público os marcos revolucionários para a população preta a partir de seus espaços. 

            Dividida em duas salas, a exposição compõe os eixos conceituais em uma linha de tempo, situando os acontecimentos relacionados com a feira ao longo dos anos, um espaço expositivo que remete a um baile e tem o intuito de aproximar o público do caráter festivo que sempre permeou o festival da feira; a simulação de um brechó, fazendo forte referência ao empreendedorismo da mulher preta e à atmosfera do close e um trono, remetendo à realeza das pessoas pretas, e também possibilitando que o público visitante possa perceber sua realeza e imponência, participando desse espaço de maneira imersiva.

Segue em cartaz a exposição “Favela-Raiz”: uma ocupação manifesto composta em cinco partes – três internas e duas externas -, como símbolo de saudação às tradições, à ancestralidade, à maternidade, aos abrigos materiais e afetivos que envolvem os habitantes da favela e tudo o que ali foi semeado colhido.

            Localizado no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas funciona de terça a domingo, das 9h às 17h (com permanência até às 18h). Para visita com grupos de mais de 10 pessoas, é necessário o agendamento pelo site. Os ingressos são gratuitos, e podem ser retirados antecipadamente no site, ou diretamente no local.

AQUI ESTÃO AS FOTOS + MATERIAIS DE APOIO PARA A IMPRENSA 🙂

SERVIÇO

Lançamento do livro: Novos Rumos na Comunicação Comunitária no Brasil (ANF)

Dia: 08/04

Horário: 16h

Local: Museu das Favelas – Auditório Estouro (lotação: 50 pessoas)

Endereço: Rua Guaianases, 1024 – Campos Elíseos, São Paulo – SP

 

Oficina “A arte de tear e tecer histórias”, com Nancy Teixeira

Dias: 08 e 15/04

Horário: das 13 às 16h

Local: Museu das Favelas – Salão de Espelhos

Endereço: Rua Guaianases, 1024 – Campos Elíseos, São Paulo – SP

Participação por ordem de chegada, limitada a 15 pessoas.

 

 

Mulheres – Raça, Classe e Negócios, com Semayat Oliveira

 

Data: 22/04

Horário: 11h 

Local: Museu das Favelas – Auditório Estouro (lotação: 50 pessoas)

Classificação livre

As inscrições deverão ser realizadas no site, antecipadamente.

 

Papo Reto – Roda de conversa sobre as experiências urbanas de povos indígenas em relação às favelas do Brasil, com Ivone Pankararu, Lidia Pankararu e José Pankararu

Dia: 22/04

Horário: das 14h às 15h30

Local: Museu das Favelas – Salão de Espelhos

Endereço: Rua Guaianases, 1024 – Campos Elíseos, São Paulo – SP

 

 

Lançamento do livro: Amiga estadunidense da Abayomi, com Maria Alice Soares

Dia: 29/04

Horário: 11h

Local: Museu das Favelas – Biblioteca (CRIA)

Endereço: Rua Guaianases, 1024 – Campos Elíseos, São Paulo – SP

 

Encerramento da exposição “Identidade Preta: 20 anos da Feira Preta” com roda de conversa

Dia: 30/04

Horário: 14h às 15h30

Local: Museu das Favelas – Salão de Espelhos

Endereço: Rua Guaianases, 1024 – Campos Elíseos, São Paulo – SP

 

SOBRE MUSEU DAS FAVELAS

Aberto oficialmente desde o dia 25/11/2022, o Museu das Favelas é um equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, sediado no Palácio dos Campos Elíseos, no centro da capital. Gerido pela organização social de cultura IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão, o Museu, que nasce de um processo colaborativo com pessoas que vivenciam o cotidiano das favelas, oferece uma ampla programação gratuita e voltada para todos os públicos, em especial, de favelas, periferias, ocupações e outros territórios nacionais, potencializando suas vozes, lutas e memórias. O Museu conta com o patrocínio da Unilever e Grupo CCR, apoio da Sabesp, cooperação da Unesco e parceria institucional da CUFA – Central Única das Favelas.

O Palácio dos Campos Elíseos (antigo Palacete Elias Chaves), situado na Avenida Rio Branco, foi projetado pelo arquiteto alemão Matheus Häusler, com construção iniciada em 1890 e finalizada em 1899 para ser a residência do cafeicultor e político Elias Antônio Pacheco e Chaves e sua família. O imóvel, dividido em quatro pavimentos, com uma área construída de aproximadamente 4.000 m², foi inspirado no Castelo de Écouen, na França. Em 1911, o palacete foi comprado pelo Governo de São Paulo, tornando-se residência oficial dos governadores. Após uma reforma de ampliação, em 1935 torna-se oficialmente Palácio de Governo até 1965, quando houve a transferência para o atual Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Durante os anos de 1967 e 1972, ficou fechado para restauro por causa de um incêndio que destruiu parte do edifício. O palácio foi tombado no ano de 1977 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), sendo sede administrativa de diferentes secretarias e órgãos do governo até 2006, quando foi fechado novamente para seu segundo restauro. O Centro de Referência em Inovação do SEBRAE foi a última instituição que ocupou o prédio (2017-2019) antes do Museu das Favelas. 

O Museu das Favelas, ao ocupar o Palácio dos Campos Elíseos, símbolo de uma estrutura de poder segregacionista, anuncia esse novo momento em que vozes e pensamentos que são invisibilizados reivindicam o lugar que lhes é cabido na história e na cultura brasileira. Além de proporcionar mobilidade e acessibilidade de forma interconectada com demais regiões de São Paulo e outras cidades e estados, é simbólico, então, ter o equipamento cultural instalado neste antigo ícone da riqueza e do luxo para uma São Paulo “moderna”, em um projeto de “bairro modelo”. O museu não pretende apenas ocupar, mas ser ocupado. Assim, a instalação do Museu questiona, critica, tensiona os discursos, significados, narrativas, sentidos e símbolos prepostos, por meio da novamente destacada ocupação, reatualização e reconfiguração dos usos. Aqui – e não só – se faz  urgente  que outras narrativas e discursos possam tomar novo sentido. Além disso, tendo em vista o histórico de ocupação da região central da cidade, é estratégica a localização para que se possa fortalecer laços com grupos sociais que resistem para permanecer no local.

O Museu das Favelas tem como premissa máxima um trabalho de reparação social, por meio do protagonismo das pessoas de favela na gestão, na contratação de fornecedores, na criação de rupturas de narrativas, partindo da construção coletiva e compartilhada a ser constituída por meio do relacionamento com a vizinhança, do mapeamento constante de iniciativas que geram impacto social, cultural, econômico nas favelas, escuta ativa e visitas periódicas a espaços e organizações das favelas de São Paulo e do Brasil.

Parte de um local de pluralidade e diversidade de narrativas, que surge com a proposta de ser um ponto de encontro, de passagem, de acolhimento, um ambiente de pesquisa, preservação, produção e comunicação de memórias e histórias das favelas brasileiras. Ele constrói uma visão expandida que inclui também as vivências que partem de periferias, ocupações, assentamentos, regiões quilombolas, ribeirinhas, entre outras; espaços distintos, mas que compartilham histórias de segregação e resistência.

Trata-se de uma instituição que parte do passado, perfazendo o presente para contribuir com novos caminhos para o futuro, partindo do princípio de que os caminhos para mudança precisam passar pelas favelas, por suas manifestações culturais e pela potência dos que ali resistem, inovam e criam. E desta forma, busca ampliar o olhar, para além de uma imagem cristalizada do que é a favela e, também, do que é um museu. 

Diante disso, o Museu das Favelas dedica seus esforços à oferecer ao público um espaço de convivência, produção e acolhimento, abertos à proposição de grupos e coletivos das favelas, além de um potente programa de exposições e programação cultural, ações educativas, CRIA – Centro de Referência, Pesquisa e Biblioteca das Favelas e CORRE – Centro de Formação, Trabalho, Renda e Empreendedorismo.

Ao longo do ano de 2023, o visitante poderá conhecer e participar de atividades no jardim, e nas salas do piso térreo e inferior,  enquanto os pavimentos superiores são preparados para receber a futura exposição de longa duração e outras instalações.

A programação é gratuita, com funcionamento de terça a domingo, das 9 às 18hs. O Museu das Favelas está localizado no bairro Campos Elíseos, em São Paulo, ao lado do Terminal de Ônibus Princesa Isabel. O acesso principal ocorre pelo portão na Rua Guaianases, nº 1024, mas é possível entrar também pela na Avenida Rio Branco, nº 1269. Não há estacionamento no local.

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