EXPOSIÇÃO NO MAB FAAP FAZ O PÚBLICO REFLETIR SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A MODA E A ARTE

Gratuita, a mostra poderá ser visitada de 5 de abril a 3 de dezembro. Peças de André Lima, Lino Villaventura, Jum Nakao, Fause Haten, Gloria Coelho, Reinaldo Lourenço, além de obras de Claudio Tozzi e outros artistas e estilistas estarão na mostra

Quais as fronteiras da arte e da moda? Quais as práticas artísticas e domínio dos materiais são comuns entre ambos os setores? Essa reflexão dará sentido à nova exposição que o MAB FAAP abre ao público no dia 5 de abril. “A Poética do Fazer: Moda e Arte no MAB” fará o visitante passear por 120 peças do acervo, entre criações de Lino Villaventura, André Lima e Lorenzo Merlino, pinturas de Paulo Almeida e Claudio Tozzi, vídeos de Beth Moisés e Panmela Castro, entre outros artistas e estilistas.

 “O acervo de moda do museu teve início em 2016 e hoje já temos mais de 320 peças de estilistas brasileiros contemporâneos. Diante disso, decidimos que era a hora de levar a público parte dessa coleção que vem sendo catalogada, acondicionada e preservada para as futuras gerações”, explica Laura Rodríguez, curada da exposição.

Denise Pollini, cocuradora, explica que além do vestuário a mostra trará outras peças do acervo de artes visuais do museu. “Queremos colocar em diálogo o fazer e a sua poética na arte e na moda, tensionando os limites de ambas. Para compor esse conjunto, traremos ainda peças de Wearable Art, movimento da década de 1980 que tratava itens de vestuário como arte para provocar a reflexão sobre suas fronteiras”, acrescenta.

Com cenografia de Tito Ficarelli, a exposição estará dividida em seis núcleos: Entremear, Justapor, Arquiteturar, Vazar, Estampar e Performar, tendo como fio condutor ações relacionadas ao fazer manual, com o uso do têxtil.

Em Entremear, o público poderá apreciar peças em que o entrelaçamento das fibras naturais, as tramas, o bordado e a textura estão muito presentes. Neste espaço, estarão expostos, por exemplo, um vestido em patchwork com volume de Lino Villaventura, e uma túnica em crochê de André Lima, que farão um diálogo com uma obra de 1974 de Carlos Morais, feita em macramê com fio de sisal.

Justapor reunirá peças escolhidas a partir do uso de colagem, do patchwork, da assemblage e da união de diversas culturas ou universos, como uma capa colorida feita de fitas de seda, de Lino Villaventura, uma tela de Claudio Tozzi, intitulada “Colcha de Retalhos”, e um vestido de retalhos com adorno de cerâmica, de Lorenzo Merlino.

O núcleo Arquiteturar trará a roupa com forma escultórica, além do uso do desenho, da geometria e da estrutura nas peças. Uma roupa feita de metal e plástico, chamada Cloud Dress, de Jum Nakao, é um exemplo de obra que estará nesse espaço, ao lado de um vestido de Gloria Coelho que dialoga com a obra de Estevão Nador, em que ele traz relevos em madeira sobre compensado.

O quinto núcleo, Estampar, apresentará a superfície utilizada como veículo de um desenho, priorizando, principalmente, o uso gráfico, seja no estampado, no bordado ou no tecido. Um vestido estampado com manga elefante, desenvolvido por André Lima, e um casaco de estampa bordada colorida de Lino Villaventura, dialogando com a obra de Sylvio Palma, em que ele utilizou lã em tear manual de arraiolos, são algumas das peças que estarão expostas.

Em Performar será abordado o não-realismo ou a vertente ritual da indumentária, transportando o espectador para uma outra realidade. Neste espaço, serão apresentadas peças em que o criador explora ao máximo sua fantasia, seja criando desfiles de marionetes, como Fause Haten, em 2013, ou destruindo peças em um desfile, como fez Jum Nakao em 2005 com sua coleção “A costura do invisível”.

O último núcleo, Vazar, mostrará peças fundamentadas a partir do conceito de positivo e negativo, presença e ausência, recorte e desenho. Nele, serão apresentados um vestido vazado de Lorenzo Merlino, ao lado de uma obra de lã em tear manual de Jacques Douchez, além de um vestido com recortes feito por Reinaldo Lourenço, com paetês, laços e cristais.

“Os núcleos não são herméticos, ou seja, totalmente fechados, portanto muitas peças poderiam estar em diferentes seções. Neste procedimento, também apresentamos o fazer curatorial como um exercício criativo, além de convidar os visitantes a pensarem novas aproximações e confabulações”, diz Denise.

A exposição também trará a cortina cenográfica Renove, produzida em parceria inédita pelas empresas Unifi e Döhler, feita a partir de reciclagem de garrafas PET. O produto, que ainda será lançado no mercado, tem em sua composição fios REPREVE®, líder global em fios reciclados de alta performance e tecnologia de rastreamento.

Mauro Barreira Fernandes, CEO da Unifi do Brasil, explica que fazer parte de um projeto tecido pela empresa Döhler, um parceiro industrial que investe e valoriza o uso de matérias-primas recicladas confiáveis e rastreáveis, como o REPREVE® é um motivo de orgulho. “Ceder a matéria-prima da cortina para o MAB, através de uma exposição que valoriza a sustentabilidade, permitiu que o tecido Renove Döhler retirasse do meio ambiente aproximadamente 5.000 garrafas PET”

Gratuita, a exposição ficará em cartaz até 3 de dezembro. Ao longo do período, serão realizadas conversas com artistas e estilistas, oficinas, visitas guiadas e outras atividades.

Exposição “A Poética do Fazer: Moda e Arte no MAB”

Abertura para convidados: 4 de abril, às 18h

Período de visitação: 5 de abril a 3 de dezembro 2023

Horário: Todos os dias, das 10h às 18h, exceto as terças-feiras (fechado, mesmo aos feriados)

Endereço: R. Alagoas, 903 – Higienópolis

Informações: (11) 3662-7198

Entrada: Gratuita

 

Artistas expostos:

André Lima, Carlos Morais, Claudio Tozzi, Estevão Nador, Fause Haten, Fernando Marques Penteado, Gláucia Amaral, Gloria Coelho, Jacques Douchez, João Braga, Jum Nakao, Liana Bloisi, Lino Villaventura, Lorenzo Merlino, Madeleine Colaço, Marcia Thompson, Martha Medeiros, Paulo Almeida, Paulo Aquarone, Paulo Lima Buenoz, Reynaldo Lourenço, Sergio Niculitcheff, Sylvio Palma, Teresa Viana e Vânia Sommermeyer.

Sobre o MAB FAAP

Desde que abriu suas portas pela primeira vez em 10 de agosto de 1961, com a mostra “Barroco no Brasil”, o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) se comprometeu a incentivar e divulgar a arte brasileira. Além de seu acervo próprio que conta com mais de 3 mil obras de arte a partir do final do século 19, no decorrer dos últimos anos, abrigou exposições marcantes para a história da cultura do País, como a exposição “Toyota – O Ritmo do Espaço” premiada pela APCA em 2018. Em 2016, foi criada a Coleção Moda-MAB que reúne vestimentas, bonecas e acessórios de estilistas contemporâneos brasileiros, fortalecendo o vínculo entre o museu e a moda, que desde 1989 esteve presente por meio de desfiles e exposições vinculadas ao tema. Cabe destacar que além da pesquisa e organização de exposições de temas pertinentes às artes visuais brasileiras, o MAB incorporou a apresentação de mostras de arte internacional com temáticas de interesse geral que trazem experiências significativas ao público e ampliam a compreensão do fazer artístico e cultural.

Sobre a Unifi

A UNIFI é fabricante de fibras e fios sintéticos de alto desempenho, fundada em 1971 na Carolina do Norte, tem instalações na Ásia, Europa, América do Norte, Central e Sul. No Brasil, possui uma planta industrial de texturização que atende todo o mercado têxtil nacional.

A Unifi do Brasil apoia iniciativas que valorizam a sustentabilidade, a cultura e o social. Alinhamos nossa estratégia corporativa com sustentabilidade e por meio do REPREVE®, nossa marca líder global de fios reciclados de alto desempenho tecnológico, o grupo UNIFI já transformou mais de 36 bilhões de garrafas plásticas em fibras e fios reciclados. Esperamos transformar 50 bilhões de garrafas até 2025.

A tecnologia FiberPrint, utilizada no REPREVE® permite sua identificação em qualquer etapa da cadeia produtiva, garantindo transparência e confiabilidade para o consumidor final.

Sobre a Döhler

Uma das principais indústrias têxteis da América Latina, reconhecida globalmente pela qualidade, ética e práticas sustentáveis. Com 141 anos de história e cerca de 3 mil colaboradores, a Döhler traz em seu DNA o pioneirismo em pesquisa e desenvolvimento, a responsabilidade social e a inovação. Em seu parque fabril de 200 mil m², localizado em Joinville (SC), são produzidos artigos para o lar, tecidos para a indústria de calçados, para indústrias moveleiras e de colchões, além de soluções para os setores hoteleiro e hospitalar.

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