Mostra de Solos reúne no Itaú Cultural artistas de diferentes estados em peças marcadas por traços biográficos e representatividade

Em E.L.A, a cearense Jéssica Teixeira instiga o espectador à autopercepção do corpo, para uma melhor relação com o outro e com o mundo. Por sua vez, o mineiro

Laerte Késsimos faz uma costura poética entre a sua trajetória e a do artista

plástico Leonilson (1957-1993).  A paranaense Leonarda Glück parte da sua

experiência transexual para conduzir o enredo de Trava Bruta e a paulista

Dinah Feldman aborda a luta pela igualdade de gênero no espetáculo

 litero-musical Yentl, a menina que queria estudar

O Itaú Cultural apresenta de 15 a 18 de junho (quinta-feira a domingo) a Mostra de Solos, programação com quatro espetáculos, que levam ao palco questões sensíveis a seus intérpretes, seja no âmbito físico ou das ideias. Temáticas que passam pelo viés identitário, poético, de gênero e do corpo como meio político dentro da arte conduzem as apresentações.

 

Como toda programação do Itaú Cultural, a mostra é gratuita. Os ingressos devem ser reservados pela plataforma INTI (acesso pelo site www.itaucultural.org.br). Eles são disponibilizados semanalmente a partir da quarta-feira anterior à apresentação.

 

Mostra de Solos abre no dia 15 (quinta-feira), às 20h, com E.L.A, espetáculo de Jéssica Teixeira, com direção de Diego Landin. Tendo o corpo como ponto de partida, a artista cearense traz indagações sobre essa máquina que permeia desde os enigmas em seu funcionamento até problemas e trabalhos que enfrenta ao longo da vida.

 

No palco, Jéssica instiga o público a fazer uma autoreflexão sobre o corpo, este instrumento social, político, tecnológico, inconsciente. Para a artista, o corpo pode ser tudo, inclusive o que não se quer que ele seja. E define: “O corpo se despedaça. É estrutura. É movimento. Mas, sobretudo, é estranho. Eu sou o outro e a outra. Teimo e re-existo. Ele se degenera e E.L.A se faz impossível”.

 

Em Ser José Leonilson, apresentação da sexta-feira, dia 16, também às 20h, o ator mineiro Laerte Késsimos faz uma costura poética entre a sua biografia e a vida e obra do artista plástico José Leonilson (1957-1993). A dramaturgia de Leonardo Moreira, dirigida por Aura Cunha, leva à cena depoimentos deixados pelo artista em seus últimos anos de vida, junto de registros sonoros feitos pelo ator durante o processo de criação e pesquisa.

 

Com este solo, Késsimos vem tecendo uma trajetória de apresentações nos últimos anos e ganha um peso maior em 2023, quando se completa 30 anos de morte do artista visual cearense, que morreu aos 36 anos, em decorrência do vírus HIV, deixando uma obra intensamente autobiográfica em desenhos, pinturas, esculturas e, em especial, nos bordados. No espetáculo, o público acompanha a costura das inquietações de Leonilson e de Késsimos, tendo a feitura artística como um autorretrato, a casa de infância como um ambiente de domesticação, a sexualidade como campo de batalha, as pontes amorosas como uma travessia e a doença como uma reconciliação com nossa finitude.

 

Gêneros

No final de semana, a Mostra de Solos é marcada por espetáculos que abordam a busca pela representatividade e presença de diferentes gêneros, por diferentes vieses.

 

Em Trava Bruta, apresentação do sábado, 17, também às 20h, a artista paranaense Leonarda Glück parte de sua experiência transexual para apresentar um manifesto cênico. Ela propõe uma ponte e um contraponto entre o contexto artístico e a atual conjuntura política e social do Brasil no campo da sexualidade. Sozinha em cena, a atriz e dramaturga discute a relação da cultura com a transexualidade, enfatizando como é ser uma artista trans no país de hoje e de que forma a sociedade reage a um corpo que provoca repulsa e desejo.

 

Assim, sob direção de Gustavo Bitencourt, ela cria tensões entre a ficção e a realidade, usando videoprojeções, efeitos sonoros, filtros de redes sociais que modificam a sua aparência e figurinos. Estas construções e desconstruções na narrativa trazem um questionamento sobre quais ficções são permitidas e quais diversidades são aceitas.

 

A mostra encerra no domingo, 18, às 19h, com Yentl, a menina que queria estudar, com a atriz Dinah Feldman. Neste espetáculo lítero-musical baseada no conto Yentl, o menino da Yeshiva, do escritor Isaac Bashevis Singer – Prêmio Nobel de 1978 –, uma menina se veste de homem para conseguir ir à escola.

 

Para desenrolar a trama dirigida por Malú Bazán, Dinah usa, na adaptação do livro aos palcos feita por ela, textos e poemas de autores como Adélia Prado, Rachel Kauder Nalebuff, Barbara Black Koltuv, Meyer Kutchinsky, Fatema Mernissi e Luiza Romão, Prêmio Jabuti 2022. Com a atriz dividindo o palco com os músicos Jefferson Bueno e Lucas Coimbra, e com a intérprete em LIBRAS Juliana Gonçalves, o resultado é uma obra com perspectiva contemporânea, numa interação de teatro, arte narrativa e música.

 

SERVIÇO

Mostra de Solos

De 15 a 18 de junho (quinta-feira a domingo)

Na Sala Itaú Cultural

Capacidade: 224 lugares

Entrada gratuita. Reservas de ingressos na semana anterior às sessões através plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br

 

Dia 15 de junho (quinta-feira), às 20h

 

E.L.A

Com Jéssica Teixeira

Duração: 70 minutos

Classificação Indicativa: 14 anos

Ficha Técnica:

Atriz, produtora e dramaturga: Jéssica Teixeira

Diretor: Diego Landin

Diretor de arte: Yuri Yamamoto

Diretor e operador de Videomapping: Pedrokas

Assistência de Produção e Contrarregra:  Aris Oliver

Assistência de Produção e Operação de Som: Wescly Psique

Textos: Jéssica Teixeira, Vera Carvalho e fragmentos de Eliane Robert Moraes e Paul B. Preciado

Consultora dramatúrgica: Maria Vitória

Figurinista: Yuri Yamamoto e Isac Bento

Iluminador: Fábio Oliveira

Operação de Luz: Uberson Gomes e Aline Rodrigues

Vídeo clip: Gustavo Portela

Música do vídeo clip: Saúde Mecânica, de Edgar

Coreografia do vídeo clip: Andréia Pires

Vocal Coach: Priscila Ribeiro

Trilha Sonora: Diego Landin. Dancing Barefoot, por Fernando Catatau e Artur Guidugli

Escultores: Kazane, Cristiano Castro, Eliania Damasceno

Cenotécnico: Marsuelo Sales

Designer gráfico: Diego Landin | ERRATICA design

Assessor de Imprensa: Aécio Santiago

Foto cartaz: Beto Skeff

Fotos de divulgação: Beto Skeff e Victor Augusto Nogueira

Realização: Catástrofe Produções

 

Dia 16 de junho (sexta-feira), às 20h

 

Ser José Leonilson

Com Laerte Késsimos

Duração: 95 minutos

Classificação Indicativa: 16 anos

Ficha Técnica:

Idealização e atuação: Laerte Késsimos

Direção: Aura Cunha

Dramaturgia e pesquisa: Leonardo Moreira

Cenografia: Marisa Bentivegna

Desenho de Luz: Aline Santini

Trilha Sonora Original: Marcelo Pellegrini

Pesquisa, figurino e direção audiovisual: Laerte Késsimos

Direção de Produção: Gustavo Sanna

Produção Executiva: Yumi Ogino

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

 

Dia 17 de junho (sábado), às 20h

 

Trava Bruta

Com Leonarda Glück

Duração: 70 minutos

Classificação Indicativa: 14 anos

Ficha Técnica:

Criação, Texto e Interpretação: Leonarda Glück

Direção: Gustavo Bitencourt

Trilha Original e Desenho de Som: Jo Mistinguett

Desenho de Luz: Wagner Antônio

Assistente e Operador de Luz: Dimitri Luppi

Criação em Vídeo e Projeções: Ricardo Kenji

Figurinos: Fabianna Pescara e Renata Skrobot

Costureira: Rose Matias

Direção de Produção: Igor Augustho

Realização e Produção: Pomeiro Gestão Cultural

 

Dia 18 de junho (domingo), às 19h

 

Yentl, a menina que queria estudar

Com Dinah Feldman

Duração: 60 minutos

Classificação Indicativa: 12 anos

Ficha Técnica:

Adaptação e intérprete: Dinah Feldman

Direção Artística: Malú Bazán

Direção Musical: Lucas Coimbra

Músicos em cena: Jefferson Bueno e Lucas Coimbra

Cenário e figurino: Éder Lopes

Iluminação: Lica Barros

Redes Sociais: Isabel Branquinha

Foto e vídeo: Rogério Alves

Interpretação em LIBRAS: Juliana Gonçalves

Produção: Marcela Horta

Idealização e Realização: Dinah Feldman e coletivo Culturas em Movimento

PROTOCOLOS:

– É necessário apresentar o QR Code do ingresso na entrada da atividade até 10 minutos antes do seu início. Após este horário, o ingresso não será mais válido.

– A bilheteria presencial abre uma hora antes do evento começar, para retirada de uma senha para posteriormente ser trocada pelos ingressos de pessoas que não compareceram.

 

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô

De terça-feira a sábado, das 11h às 20h.

Domingos e feriados 11h às 19h

Informações: pelo telefone (11) 2168.1777 e wapp (11) 9 6383 1663

E-mail: atendimento@itaucultural.org.br

Acesso para pessoas com deficiência física

Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

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