No dia 2 de setembro, sábado, às 18h, a Casa Natura Musical recebe a segunda edição do Festival Vozes da Amazônia, com programação de shows, rodas de conversas e exposição de artesanatos. O público poderá ainda experimentar comidas regionais – como pastelzinho de vatapá, pastelzinho de caranguejo bolinho de maniçoba, bolinho de pirarucu, bolinho de tacacá e creme de cupuaçu – em um cardápio assinado pela chef Amanda Vasconcelos, do restaurante Casa Tucupi.
O festival é um encontro com as referências culturais da Amazônia revisitadas no presente. Uma noite feita para celebrar as expressões culturais e a pluralidade de saberes e modos de vida da região amazônica, que acontece na semana que marca o Dia da Amazônia e o Dia Internacional da Mulher Indígena, ambos celebrados no dia 05 de setembro.
Organizado pelo artista paraense Silvan Galvão, o Festival Vozes da Amazônia tem como intuito diminuir as barreiras culturais imposta entre a Amazônia e outras regiões do país, ecoando a cultura da Amazônia na maior cidade do Brasil, através dos conhecimentos repassados pelos próprios povos da Amazônia – que vivenciam, constroem e protagonizam as diversas realidades, indígena, negro, ribeirinho, extrativista, quilombola, urbano, periférico, jovem, LGBTQIA+, contemporâneo e tantas outras particularidades que constroem as identidades amazônicas.
Para esta edição, os convidados são Batuc Banzeiro, grupo manauara com forte influência da MPB e do rock psicodélico, Patrícia Bastos, artista de Macapá indicada ao Grammy Latino 2017 com o álbum Batom Bacaba, e a banda do mestre Silvan Galvão, com os dois ícones da cultura amazônida, Júnior Soares e Ronaldo Silva, membros do Arraial do Pavulagem, Patrimônio Cultural de Belém.
Além da programação de shows, o evento também conta com uma roda de saberes com os cantores e agitadores culturais Silvan Galvão, Patrícia Bastos, Ronaldo Silva, Júnior Soares e Maial Paiakan, além de uma outra roda sobre Empreendedorismo Social e Bioeconomia na Amazônia, com Maria Odila, ativista e fundadora da Turiarte Amazônia, Angela Mendes, ativista socioambiental e Conselheira do Memorial Chico Mendes, e Paulo Galvão, produtor cultural e ativista indígena.
Sobre Silvan Galvão
Paraense de Alter do Chão, Silvan Galvão, é um artista múltiplo. Cantor, compositor, percussionista, banjista e mestre de carimbó, Silvan apresenta nos palcos um trabalho autoral que explora, além do carimbó, um panorama de ritmos da cultura popular da Amazônia, tanto em formações instrumentais contemporâneas (com bateria, guitarra e baixo), quanto em formação “pau e corda” (banjo, percussão e sopro).
Além dos shows, Silvan ministra oficinas de percussão e dança do carimbó e outros ritmos tradicionais da Amazônia, que já percorreram Museus, Centros Culturais e Universidades de países como Argentina, Bolívia, Chile e Uruguai e que acontecem regularmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, de onde surgiu um de seus mais importantes trabalhos, o Carimbloco, um grande grupo de carimbó, que une percussionistas e dançarinos que participam das oficinas regulares, onde Silvan Galvão, como mestre, transmite a percussão e a dança através da tradição oral.
Em 2018, Silvan Galvão foi premiado no Edital “Prêmio Culturas Populares / Ministério da Cultura”, na categoria Mestre de Cultura Popular, por sua atuação com o carimbó na região sudeste. Esse feito inédito para qualquer outra manifestação cultural da Amazônia é um importante reconhecimento não só do trabalho de transmissor de saberes de tradição oral de um indivíduo, mas também de todos que praticam e vivenciam o carimbó.
Sobre Patrícia Bastos
Patrícia Bastos, cantora amapaense de Macapá, apresenta em suas músicas e interpretações letras que retratam, em sua maioria, a Amazônia, a vida e a cultura de seu povo. Em sua trajetória, sempre esteve ligada a grandes parceiros musicais que já compuseram e ainda compõem as diversas canções que deram, até então, consistência e poesia nos seus seis álbuns gravados nestas quase três décadas como cantora profissional, além de um disco gravado ao vivo. Patrícia já foi contemplada com o Prêmio Amapá em Destaque, na categoria Melhor Cantora, e recebeu indicações ao 21° Prêmio da Música Brasileira, nas categorias Melhor Cantora Regional e Melhor Álbum Regional.
Seu mais recente disco, Batom Bacaba (2016), projeto apoiado pelo Natura Musical, lhe rendeu vários prêmios e indicações nacionais. O álbum conquistou um dos maiores feitos para a música amapaense, com a indicação em 2017 ao 18°Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Raízes Brasileiras.
Sobre Ronaldo Silva e Júnior Soares – Arraial do Pavulagem
Mestre Ronaldo Silva é de Belém (PA) e, como compositor, desenvolve há mais de 35 anos um trabalho de dedicação ao fomento e à valorização da música de raiz praticada na Amazônia brasileira, do estudo da rítmica e do imaginário popular da região Norte. No ano em que celebra seus 65 anos de vida, a exuberância da floresta, suas potencialidades lúdicas, rítmicas e poéticas são fontes valiosas de reconhecimento dessas memórias sonoras.
Sua sonoridade simples e profunda conta e canta histórias que compõem nossas paisagens culturais tão importantes para as gerações futuras e para a formação humana integral e consciente. Um dos fundadores do Instituto Arraial do Pavulagem – IAPAV, desenvolve tecnologias de educação sociocultural e ambiental. Atualmente, possui em atividade três brinquedos inspirados nos folguedos populares e matrizes tradicionais: Arrastão do Boi Pavulagem, Cortejo do Círio e Cordão do Galo.
Júnior Soares, de Belém (PA), é músico, cantor, compositor e produtor cultural, natural de Bragança/PA, com 40 anos de atividade. Tem dois discos autorais, Bragantinidade (1998) e Festividade (2002), e é idealizador do Arrastão do Pavulagem, junto com Ronaldo Silva e Ruy Baldez, manifestação cultural que é Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial de Belém e do Estado do Pará. Com Arraial do Pavulagem, produziu e gravou nove discos e um songbook.
Em sua caminhada como pesquisador e vivenciador da cultura bragantina se tornou membro da Irmandade de São Benedito e músico do Regional da Marujada. Produziu três discos para a Irmandade de São Benedito de Bragança: Marujada de Bragança (2001), Ladainhas de São Benedito (2002) e Cantigas pra São Benedito (2009). Dirigiu e participou como músico de turnê do grupo Comitiva de São Benedito da Marujada de Bragança, através do projeto Sonora Brasil / 2013, do SESC, que circulou por 120 cidades de todas as regiões brasileiras, e foi consultor e pesquisador do projeto Tocando a Memória – Rabeca / IAP, que teve livro editado com caderno de partituras das músicas da Marujada, em 2008.
Sobre Batuc Banzeiro
Batuc Banzeiro é uma banda amazonense de Manaus, formada em 2020, composta por Nando Montenegro, Amada Procópio e Bruno Mattos. Com uma proposta sonora que combina elementos da Música Popular Brasileira e do Rock Psicodélico, a banda se destaca por sua forte conexão com manifestações populares da Amazônia, resultando em uma experiência musical imersiva e original.
Em 2022, lançou seu primeiro single, “A Rede”, canção que mescla sintetizadores e os ritmos pulsantes dos tambores amazônicos, junto a um videoclipe disponível no YouTube. Em junho de 2023, a banda apresentou seu segundo single, “Pro Interior”, convidando o público a refletir de forma mais consciente sobre a identidade cultural amazonense, explorando sonoridade e letra que expressam as riquezas e desafios da região. Atualmente, a banda se prepara para lançar seu EP de estreia pelo selo Sala de Estar (SP), que promete ser um marco na carreira do grupo.
Sobre Angela Mendes
Angela Mendes, da Reserva Chico Mendes, é ativista e militante socioambiental, Conselheira do Memorial Chico Mendes, Conselheira da Xapuri Socioambiental, Fellow Ashoka e Coordenadora do Comitê Chico Mendes.
Sobre Maria Odila
Maria Odila, é liderança e ativista natural da comunidade do Anã no Rio Arapiuns – Santarém-PA, e fundadora da Turiarte Amazônia, cooperativa de Turismo e Artesanato da Amazônia que é referência em empreendedorismo social nas comunidades ribeirinhas.
A fundação da Turiarte aconteceu em 2015, com participação dela junto a 70 comunitários de sete comunidades, e foi um marco de empreendedorismo social para extrativistas da região amazônica. Hoje, a associação conta com 12 comunidades e se expandiu para os rios Tapajós e Amazonas.
Maria Odila também desenvolve projetos como o MUSA – Mulheres Sonhadoras em Ação, iniciativa de mulheres da comunidade de Anã para criação do peixe Tambaqui. Uma parte da produção atende o consumo da própria comunidade e também é destinada à geração de renda para os comunitários. Em 2021 Odila foi premiada na categoria Inspiração do Prêmio Melhores do Ano do programa Domingão da Rede Globo.
Sobre Paulo Galvão
Paulo Galvão é produtor cultural, ativista indígena, climático e socioambiental de Santarém. Iniciou os trabalhos com produção de projetos em 2019 como assistente de produção na região de Santarém e em projetos online (durante a pandemia). Em 2022 foi o produtor geral do Festival Vozes da Amazônia, que aconteceu em São Paulo e levou para a maior capital do país a cultura, música, culinária, dança e saberes, tendo o protagonismo 100% amazônico na idealização e execução do evento.
Ainda no ano de 2022, Paulo, passou por vários espaços para palestrar e participar de painéis que discutem mudanças climáticas, justiça climática, juventudes e povos indígenas. Palestrou em locais como: Bienal do Ibirapuera na Virada ODS em São Paulo, na Universidade Estadual Paulista, ao lado da atual Ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara, na Conferência Brasileira sobre Mudanças Climáticas, no Festival LivMundi- Rio de Janeiro, da 3° Semana de Financiamento Climático e Sustentável da América Latina, e Caribe e da Conferência das Partes das Nações Unidas para Mudanças Climáticas – COP27, que aconteceu em Sharm EL-Sheik – Egito.
Paulo também desenvolve trabalhos de comunicação popular cobrindo eventos que abordam temas importantes para o desenvolvimento social e eventos do movimento climático e indígena. Já participou de diversas lives, webinar, podcast, simulações da ONU e eventos que reafirmam a importância da defesa do patrimônio ambiental, cultural e social.
Sobre Maial Paiakan Kaiapó
Maial Paiakan Kaiapó, da Terra indígena Kaiapó, é uma jovem mulher e ativista Kayapó-Mẽbêngôkre. É filha de Paulinho Paiakan, liderança conhecida por lutar pela inclusão dos direitos indígenas na Constituição Federal de 1988 e pela demarcação da Terra Indígena Kaiapó. Maial é bacharel em Direito, sendo a primeira mulher Mẽbêngôkre a concluir uma graduação. Profissionalmente, atuou na defesa dos direitos dos povos indígenas na FUNAI, SESAI e como assessora da deputada Joenia Wapichana.
Casa Natura Musical
Inaugurada em maio de 2017, a Casa Natura Musical é um equipamento cultural que fomenta experiências, encontros, conexão afetiva, sensorial e coletiva por meio da música. Palco de diferentes ritmos, movimentos e artistas de todo Brasil, a Casa promove através de shows, eventos, mostras de arte digital e conteúdos dos seus canais de comunicação e aproximação da comunidade ao processo criativo da cultura brasileira. O espaço, inclusivo e sustentável, fica localizado no bairro de Pinheiros em São Paulo, mas expande suas vivências e incentiva novos territórios musicais descentralizados em seus canais digitais pelo Brasil e pelo mundo.
Sobre Natura Musical
Natura Musical é a plataforma cultural da marca Natura que há 18 anos valoriza a música como um veículo de bem estar e conexão. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu mais de R$ 190 milhões no patrocínio de mais de 600 artistas e projetos em todo o Brasil, promovendo experiências musicais que projetam a pluralidade da nossa cultura. Em parcerias com festivais e com a Casa Natura Musical, fomentamos encontros que transformam o mundo. Quer saber mais? Siga a gente nas redes sociais: @naturamusical.
Serviço
Festival Vozes da Amazônia
Dia 2 de setembro, sábado, 18h | Abertura da Casa: 18h
Ingressos à venda pelo site da Sympla
Valores: de R$30 a R$80
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 240 minutos
CASA NATURA MUSICAL
Rua Artur de Azevedo, 2134, Pinheiros, São Paulo
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