“Olhe Para Mim … Schau Mich An …”, que reúne fotoperformances da artista, acontece no Instituto Sarath, na Vila Mariana
Até dia 12 de dezembro, o Instituto Sarath recebe a exposição “Olhe Para Mim … Schau Mich An …”, de fotoperformances de Terezinha Malaquias (@terezinhamalaquias), multiartista que reside em Freiburg, na Alemanha, desde 2008. “Identidade é um conceito refletido em suas fotoperformances e autorretratos. Nelas, Terezinha, como uma mulher, afro-brasileira e imigrante nos provoca e nos leva a pensar sobre como o nosso olhar distraído, ensimesmado ou autorreferente pode relegar pessoas ou grupos sociais a uma espécie de anonimato ou invisibilidade social”, explica Onésimo Alves Pereira, um dos curadores da exposição no texto de apresentação.
Em suas obras, a artista evoca narrativas que remetem à história da arte ocidental, brasileira e
africana. “Através de tecidos, objetos e wearable art, a performer se refere a ícones da arte moderna como Alexander Calder, quando faz uso do arame para criar objetos que se envolvem em seu corpo; Marcel Duchamp e seus ready-mades, quando se apropria de objetos, como rolos de papel higiênico, escovas, cabides, utensílios de cozinha como facas e espátulas, violão etc; e Arthur Bispo do Rosário com objetos (wearable art) que podem se referir ao seu particular modus operandi de escrever e desenhar através do bordado”, observa Onésimo.
A exposição “Olhe Para Mim … Schau Mich An …” está aberta à visitação de terça a sábado, das 10h às 19h, no Instituto Sarath (Rua Eça de Queiroz, 346 | Vila Mariana – SP). A entrada é gratuita.
Entre o Íntimo e o Universal, as várias facetas artísticas de Terezinha Malaquias
Terezinha Malaquias nasceu em Frutal, interior de Minas Gerais, há cerca de 610 km de Belo Horizonte, capital do estado. Dos cinco aos dez anos, viveu em uma fazenda, onde foi alfabetizada inicialmente pela sua irmã mais velha Maria Célia. Ainda aos 10, ao mudar-se com a família da área rural para a região urbana, passou a frequentar a escola, onde escreveu o primeiro poema.
A verve artística apareceu cedo para Malaquias, que rememora uma ocasião onde pediu aos pais para mudar-se para São Paulo em vista do desejo de ser cantora, aos cinco anos. Criativa e ambiciosa, conseguiu estabelecer-se na cidade mais velha, atuando inicialmente como modelo. Mais tarde, descobriu-se também como performer, poeta e escritora. Atualmente, ela se intitula uma artista de palco, transitando entre a performance, videoarte, desenho, pintura, bordado, instalação artística e escrita criativa — seu trabalho pode ser acessado via site oficial (www.terezinhamalaquias.com) e suas performances e videoartes estão disponibilizadas para visualização em seu canal do YouTube (www.youtube.com/@TereMalaquias/videos).
Apesar das muitas linguagens, Malaquias reconhece eixos comuns às suas produções, como as questões relacionadas à mulher, à violência, ao racismo, à ancestralidade e ao cotidiano, amarradas principalmente pela noção de universalidade das experiências. “Demorou para entender que o que produzo, se é inspirado em minhas próprias experiências ou em vivências de pessoas próximas. Não são pessoais, mas tocam em temas universais, não importa em que lugar do planeta nos encontramos”.
Desde 2008, Malaquias reside na Alemanha. Mora em Freiburg, a cerca de 800 km de Berlim, capital do país. É formada pela Edith Maryon Kunstschule, escola de arte de Freiburg, e atua há 12 anos em galerias do centro cultural E-werk Freiburg, além de seguir com seus trabalhos como artista.
Acesse o site oficial da artista: www.terezinhamalaquias.com