Oficinas artísticas celebram cultura e cosmologia Pankararu no Museu das Culturas Indígenas

Atividades gratuitas ensinam o público a confeccionar trabalhos artísticos inspirados na cultura Pankararu; é necessário retirar o ingresso com antecedência no site https://museudasculturasindigenas.org.br/

 

Neste sábado (09/03), o Museu das Culturas Indígenas (MCI) promoverá duas oficinas artísticas conduzidas por indígenas Pankararu. As ações mostrarão ao público o processo de confecção de pulseiras, colares e “filtros dos sonhos”. As atividades são um convite à diversidade e riquezas do povo Pankararu. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

Ivone Pankararu, artesã e colaboradora da Associação Indígena SOS Comunidade Indígena Pankararu, conduzirá o primeiro encontro, às 10h, produzindo com o público pulseiras e colares com sementes de açaí. Ela contará suas inspirações, os significados culturais das peças e compartilhará conhecimentos sobre o modo de vida do seu povo.

Às 14h, Adilson Pankararu, líder espiritual e vice-presidente da Associação Indígena SOS Comunidade Indígena Pankararu, comandará uma oficina para confecção de “filtros dos sonhos”, elemento da cultura ojibwa (ou chippewa) de potente significado na cosmologia indígena. Para o povo Pankararu, os sonhos são canais de comunicação com os Encantados – entidades do mundo espiritual que transmitem mensagens, conselhos e atribuem atividades.

 

TRADIÇÃO E MEMÓRIA

Como muitos povos indígenas, a história do povo Pankararu é repleta de lutas por direitos e pela manutenção . Apesar da forte presença no nordeste brasileiro, o povo Pankararu também construiu uma grande comunidade em São Paulo. Na década de 1940, muitos migraram para a capital por conta da escassez de água e alimentos na região nordestina.

Uma grande parte estabeleceu-se no Real Parque, na zona oeste da capital, onde hoje vivem mais de 180 famílias que lutam para manter vivas suas tradições e culturas, com cerimônias, festejos e atividades em grupo. É na Associação Indígena SOS Comunidade Indígena Pankararu que ocorre o Encontro Anual do Povo Pankararu, apresentação fundamental para celebrar a cultura e unir os povos indígenas distribuídos no território paulista. A Associação opera como coletivo e atua em articulações nos campos da educação, cultura e saúde do povo em São Paulo.

No Real Parque e em muitos outros locais da capital, os Pankararu reúnem-se para enaltecer os Encantados, por meio do ritual milenar Toré, realizado para fortalecer e agradecer as entidades espirituais ancestrais, manifestadas também por meio dos praiás. “São os praiás que nos dão força, nos mantém na luta e são a eles que nos apegamos quando há dificuldades” comenta Kel Pankararu, jovem liderança do Museu das Culturas Indígenas”. “Eles também nos fortalecem e mantem o nosso povo unido”, revela.

Outras cerimônias como a Festa do Menino do Rancho, ritual em que mães, pais e avós prometem a entrega do menino, seja adolescente, adulto ou criança, aos Encantados; a Corrida do Umbu, festa para celebrar o início do ano para o povo; o trabalho dos artesões Pankararu, mantêm viva a cultura e representam conhecimentos tradicionais milenares que são repassados entre gerações e conservados pela união dos povos.

 

SERVIÇO

Oficina de artesanato com sementes de açaí, com Ivone Pankararu

Data e horário: 09/03, às 10h

Oficina de artesanato: filtro de sonhos, com Adilson Pankararu

Data e horário: 09/03, às 14h

As atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

 

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