Um espetáculo provocante que traz aos palcos Eduardo Wotzik, de salto alto e barba, no papel da cientista política Hannah Arendt (1906-1975).
Eduardo Wotzik encerra temporada de Hannah Arendt – Uma aula Magna no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. A temporada vai até domingo, 12 de maio com sessões sempre quintas e sextas, às 19h, e sábados e domingos, às 17h.
Na peça, como em uma sala de aula, o público assiste Hannah Arendt voltar ao nosso tempo, convidada a falar sobre temas relevantes e necessários como a ética, a escola, a massa silenciosa, a noção de civilidade e cidadania, e as atrocidades de Adolf Eichmann (1906-1962), conhecido como ‘arquiteto do Holocausto’, que comandava o transporte ferroviário para o extermínio. A atmosfera é de uma aula magna sobre educação e a importância do pensamento para o mundo contemporâneo. A peça é de autoria de Eduardo Wotzik, artista com mais de 40 anos dedicados à investigação do teatro, que está em cena, e também assina a direção.
“Antes da pandemia já se sentia a ascensão da ignorância no planeta, a arte tem um olhar sobre o mundo devido a sensibilidade. A educação é um tema sempre em pauta e estava organizando ideias, quando iniciei um diálogo próximo com a obra de Hannah Arendt. Extraí o principal dela e uni com pensamentos meus até construir uma unidade. Ela teve uma experiência forte ao assistir o julgamento de Adolf Eichmann em 1961; explicita as diferenças entre educar e ensinar, reflete sobre a banalidade do mal. É uma aula especial de Arendt falando para o mundo hoje, um papo reto com humor possibilitando uma empatia com os espectadores”, explica Wotzik.
Hannah Arendt nasceu na Alemanha em 1906 e foi uma filósofa política de origem judaica, uma das mais influentes do século 20. Faleceu em Nova York em 1975. Trabalhou, entre outras atividades, como jornalista e professora universitária, e publicou obras importantes sobre filosofia política. Vivenciou os horrores da perseguição nazista, o que motivou a sua pesquisa sobre o fenômeno do totalitarismo.
Entre suas obras estão As Origens do Totalitarismo, Eichmann em Jerusalém, Entre o Passado e o Futuro e A Condição Humana. Devido ao seu pensamento independente, Arendt tem um papel central nos debates contemporâneos. Seu sistema de análise a converte em uma pensadora original, situada entre diferentes campos de conhecimento.
A peça parte para o caminho contrário da verossimilhança e coloca uma provocante investigação sobre a cena e suas possibilidades, uma vez que o ator e diretor Eduardo Wotzik, de salto alto e barba, incorpora o papel da cientista política Hannah Arendt. A encenação é minimalista, um figurino cheio de sobreposições com toques femininos por meio de um par de óculos e um salto alto que ajudam a caracterizar o lado híbrido da personagem em cena. O cenário é um cubo, como se fosse um pedaço do Memorial do Holocausto, localizado no centro de Berlim, que vai se transformando ao longo da montagem.
O espetáculo foi sucesso de público no Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte, Curitiba, Taubaté, e tem dialogado de forma precisa com o que acontece na atualidade. “A trama levanta no público a ideia de que precisamos trabalhar os estilhaços de Eichmann que existem em cada um de nós. Outra questão é que a peça também é uma homenagem ao professor, não só no sentido literal, mas também aquele que decide educar o outro. No início do projeto, se enxergava a ascensão da ignorância, era algo iminente, agora o perigo é constante, se revelou”, finaliza o ator.
Ao receber esse espetáculo, O Centro Cultural Banco do Brasil promove reflexões sobre temas relevantes para a sociedade, reafirma o apoio ao teatro nacional e seu compromisso com a promoção da arte e ampliação da conexão dos brasileiros com a cultura.
Ficha técnica:
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Patrocínio: Banco do Brasil, Texto, Direção e Atuação: Eduardo Wotzik. Direção Musical: Paulo Francisco Paes. Direção Técnica e Iluminação: Fernanda Mantovanni. Preparação de Movimento: Dani Calicchio e Clara Sussekind. Preparação Vocal: Jackie Hacker. Operação de Som: Michele Fontaine. Operação de Luz: Fernanda Mantovani. Assistente de Direção: Maria Clara Sussekind. Assessoria Jurídica: Ricardo Brajterman, Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Produção Executivo: Cannal Produções / Ariell Cannal e Paula Stricker. Direção de Produção: Michele Fontaine.
Serviço:
Espetáculo Hannah Arendt – Uma Aula Magna
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, São Paulo – SP
Temporada: 05 de abril a 12 de maio
Horário: Quintas e sextas, 19h | Sábados e domingos, 17h.
Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia) em bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 14 anos.
Funcionamento CCBB SP: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: O Centro Cultural Banco do Brasil fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.
Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.