A montagem inédita da Cia de Ballet Dalal Achcar conta com coreografia de Alex Neoral, figurino de João Pimenta e cenário de Natalia Lana
Depois de ser ovacionado nos palcos da Cidade das Artes, do Teatro Riachuelo Rio e do Theatro Municipal de Niterói, o espetáculo “TalVez” chega para abrilhantar a cena paulistana, mais precisamente no Teatro Alfa , em duas únicas apresentações, nos dias 24 e 25 de setembro, sábado às 20h; domingo às 18h .A montagem da Cia de Ballet Dalal Achcar e com coreografia de Alex Neoral traz 18 bailarinos e possibilita que o público conheça o futuro e o presente da dança nacional. Para isso, Eric Frederic, maitre de ballet e coreógrafo, foi fundamental nos ensaios e treinos do corpo de bailarinos que chegam a São Paulo combinando dança contemporânea e técnica clássica. A produção é da Aventura e o espetáculo é apresentado pelo Instituto Cultural Vale. A Cia de Ballet Dalal Achcar é patrocinada pelo Instituto Cultural Vale, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Os figurinos do espetáculo são de João Pimenta (Romeu & Julieta ao som de Marisa Monte) e o cenário de Natalia Lana (A Cor Púrpura), ambos premiadíssimos, o que garante que o público seja completamente envolvido na história. A trilha sonora escolhida especialmente por Alex Neoral também vai impactar os espectadore s. As canções inspiradas em trilhas de filmes de cineastas como o espanhol Pedro Almodóvar, o italiano Ettore Scola e o americano Woody Allen vão fazer a plateia viajar no enredo de “TAL VEZ”. “TAL VEZ”, jogo de palavras que brinca com ‘talvez’ e ‘aquela vez’, dá nome à produção com coreografias baseadas em encontros marcados que geram desencontros e mostram como esses momentos da vida podem resultar em novas experiências. Além do conceito, as cenas serão compostas também pelo movimento de desconstrução dos figurinos em camadas ao longo do espetáculo.
Com a parceria, Dalal tem o objetivo de trazer frescor e um ar mais plural para o mercado do ballet no Brasil. Ela ressalta ainda a importância do intercâmbio entre as companhias, muito comum na Europa. “É importante para firmar a força da dança. O coreógrafo precisa ser conhecido além da própria companhia. O processo de criação é uma troca. Venho acompanhando o trabalho do Alex na Focus há algum tempo e queremos renovar com um espetáculo muito dançante”, pontua Dalal Achcar. Sobre a missão de coreografar para uma outra cia, Alex complementa: “Há muitos desafios em criar para um grupo que não seja o seu. Temos a que stão de um tempo não muito longo para a criação, a diferença de estilos, técnicas usadas e o momento em que vou conhecendo as possibilidades dos artistas. Porém, a Cia se mostra muito aberta, interessada e disponível para novas linguagens”.
Dalal é considerada a maior difusora e propagadora do balé clássico no Brasil. Levar o balé para o povo é um dos grandes prazeres da coreógrafa, que trouxe Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev ao palco do Maracanãzinho em 1967. “Quando eu fazia galas, havia espetáculos para o povo no dia seguinte. No Teatro Municipal, durante a minha gestão, milhares de professores e estudantes da rede pública assistiram a concertos, dança e ópera. Esporte, música, dança, teatro e artes deveriam ser ensinados na escola. Acho fundamental complementar a educação com a arte e cultura”, conta DalalAchcar.
Alex tem seus trabalhos facilmente reconhecidos por um bom gosto musical, sofisticado, eclético e, principalmente, por tocar o público. Não será diferente em “Tal Vez”. Há uma mistura musical que vai de composições extremamente passionais a outras mais bem humoradas, músicas instrumentais, com letras em espanhol, inglês e português, mais especificamente um fado, por exemplo. “Me permiti esse leque amplo pois o trabalho se passa em um baile imaginário onde personagens se dirigem a esse lugar em busca de um encontro, que não acontece.Mas a partir daí relações surgem entre esses próprios personagens”, finaliza Alex.
Sinopse:
Em uma noite qualquer, pessoas se preparam para seus encontros marcados. A antecipação e a expectativa das emoções dessa noite transbordam nos passos, gestos e atitudes de preparação. A chegada e o reconhecimento do lugar acontecem de forma urgente. Precisam estar prontos.
Luzes, cheiros, atenção aos que chegam. A espera e os pensamentos misturados regados pela tensão do momento. O tempo passa e pouco a pouco. Cada uma dessas pessoas se desconstruirá sob a clara visão de que os marcados não aparecerão. As sensações se misturam e regam seus corpos e movimentos em um misto de emoções contraditórias. A frustração manifestada por cada um, com formas e cores diferentes, e a impermanência se debatem. As cores mudam e de repente as pessoas vêem e percebem umas às outras, descobrindo possibilidades infinitas ao seu redor. O espaç ; ; ;o está cheio de afetos, do novo, de música. Encontros, desencontros, novos encontros na dança da vida.
“Acredito que existem assuntos recorrentes em minhas criações e talvez essas questões sejam recorrentes no mundo: Quem não está buscando encontrar alguém ou algo? Um objetivo? Nessa criação, foi ambientado um salão de baile, onde os 18 personagens marcam com alguém um encontro que não acontece. Coincidentemente, todos não são correspondidos. Porém, terão a oportunidade de se conhecerem e criarem novas situações inesperadas”, explica Neoral.
Sobre Dalal Achcar:
Com mais de meio século de trajetória artística, Dalal é a responsável pelo lançamento dos maiores bailarinos brasileiros no mercado nacional e internacional, entre eles: Marcelo Gomes – American Ballet Theatre New York – USA; Ana Botafogo – primeira bailarina do Theatro Municipal; Roberta Marques – Royal Ballet- Londres – Inglaterra; e por indicação e participação de Mariza Estrella do Centro de Dança Rio e diretora técnica da Cia, por Thiago Soares – Royal Ballet – Londres- Inglaterra; Irlan Santos- Boston Ballet – USA; Carollina Bastos – Ballet de Munich – Alemanha; Thamires Chuvas-SAN Francisco Ballet – California-USA, entre muitos outros.
Carioca da gema, Dalal tem o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro marcado em sua carreira: foi diretora do Ballet e duas vezes presidente da Fundação Theatro Municipal. Além disso, conviveu e trabalhou com os maiores nomes da cultura brasileira, dentre eles, Vinicius de Moraes e Manuel Bandeira que escreveram um balé especialmente para a coreógrafa. Di Cavalcanti e Burle Marx fizeram cenários e figurinos de alguns de seus espetáculos. Tom Jobim compôs uma canção para ela, que continua inédita. “O Tom fez uma música orquestrada pelo maestro Radamés Gnatalli, que guardo em meus arquivos”, revela Achcar. Margot Fonteyn, falecida em 1991 e principal estrela do Royal Ballet, foi madrinha profissional de Dalal, que começou a dançar aos 15 anos. Aos 18, fundou a Associação de Ballet do Rio de Janeiro. Dalal coreografou o ballet “O QUEBRA NOZES”, considerado pela revista NewsWeek a mais bela produção entre centenas de outras,e uma tradição anual de mais de 30 anos no Theatro Municipal, além de “A FLORESTA AMAZÔNICA”, um marco brasileiro criado para Margot Fonteyn, o ballet “ DOM QUIXOTE”, com o qual recebeu o prêmio Ibéria e os Pas de deux com “Amor para Ann Marie de Angelo e o Joffrey Ballet” e ”SomethingSpecial” este para Natália Makarova e o American Ballet Theatre.
Sobre Alex Neoral:
Professor, coreógrafo, bailarino de dança contemporânea, Alex Neoral iniciou os seus estudos em dança em 1994. Fundou, em 1997, a FOCUS Cia de Dança, onde iniciou suas primeiras pesquisas coreográficas, estreando o seu primeiro espetáculo, “Vértice”, em 2000. Considerada uma das Cias mais atuantes do Brasil, a FOCUS Cia de Dança, sob a direção de Alex Neoral, foi agraciada, em 2016, com a Ordem do Mérito Cultural, considerado o prêmio mais importante do Ministério da Cultura.
Com sua Cia, já se apresentou em mais de 80 cidades nacionais, assim como na Alemanha, Itália, Panamá, França, Portugal, Estados Unidos e Canadá. Como coreógrafo convidado fez inúmeros trabalhos destacando a remontagem de “PATHWAYS” para o CityDance Ensemble de Washington DC, coreografou peças inéditas para “Teatro Bolshoi no Brasil”, “Cia Nós da Dança”, solos para Nina Botkay, Roberto de Oliveira, para a “São Paulo Cia de Dança” e também coreografou os musicais “Rock in Rio”, “Cazuza”, “Palavra de Mulher” e “A Reunificação das Duas Coreias”. Como bailarino, fez parte das companhias de dança de Deborah Colker, Nós da Dan ça, Grupo Tápias e Vacilou Dançou. Como professor de dança contemporânea, ministrou aulas em Washington DC e na Itália, além de vários workshops pelo Brasil.
Sobre o Instituto Cultural Vale
O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa. São mais de 300 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale&am p;am p;nb sp;(MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale: institutoculturalvale.org
Ficha Técnica:
TalVez
Coreografia e trilha sonora: Alex Neoral
Figurinos: João Pimenta
Cenografia: Natalia Lana
Iluminação: Paulo César Medeiros
Visagismo: Fernando Torquatto
Bailarinos: Beatriz Loureiro, Gabriela Sisto, Lais Lourenço, Lívia de Castro, Manuela Medeiros, Maria Osório, Monserrat Chamorro, Tatiana Bezerra, Thaís Cabral, Trislane Martins, Victoria Bellei, Cristian Aguilar, Daniel Oliveira, Gabriel Diniz, João Luís da Matta, Jônatas Itaparica, Marlon Sales e Matheus Benevides
Serviço:
Cia de Ballet Dalal Achcar
Tal Vez
Local: Teatro Alfa
Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722 – Santo Amaro
Tels: (11) 5693-4000 | 0300 789 3377
Dias: 24 e 25 de setembro
Horários: Sábado – às 20h; Domingo às 18h
Valor dos ingressos: R$ 100 – inteira / R$ 50 –meia-entrada
Classificação: Livre
Duração: 70 minutos (sem intervalo)