Evento “Os caminhos trilhados por mulheres indígenas” é gratuito e faz parte da programação da instituição com foco no protagonismo feminino
São Paulo, março de 2023 – O Museu das Culturas Indígenas (MCI) realiza, em 22 e 23/03, o evento “Os caminhos trilhados por mulheres indígenas”, que vai promover o diálogo e a troca de experiências de mulheres de destaque em suas áreas e comunidades com o público da instituição. O MCI é uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
A roda de conversa e as oficinas, todas com entrada gratuita, fazem parte da programação comemorativa ao Dia Internacional da Mulher e as inscrições podem ser realizadas no site. As mulheres indígenas participantes da iniciativa são lideranças e estão em evidência em suas áreas – elas vão compartilhar suas visões e posicionamentos diante de seus caminhos e, principalmente, dialogar com o público sobre o protagonismo feminino.
Saberes ancestrais e inspirações para as mulheres
Na quarta-feira, 22/03, o evento começará às 10h, no SESC Centro de Pesquisa e Formação. A abertura ficará por conta do Coral Guarani e, na sequência, acontecerá a roda de conversa “Mãe terra – o nascer e o território, o passado e o presente”, com as convidadas Dona Catarina e Deise Wassu Cocal, que compartilharão histórias, experiências e saberes pensando nos caminhos que se abrem no nascimento de uma mulher, no parto de uma mãe e como o território é sagrado. Ambas mostrarão que, no caso da mulher indígena, o parto envolve um trabalho intenso de preparação do corpo, além do uso de rituais e medicinas ancestrais, passados de geração para geração.
A mesa será mediada por Sandra Benites, professora de Filosofia e História dos ensinos Fundamental e Médio, mestra em Antropologia Social pelo Museu Nacional-UFRJ, onde também é doutoranda em Antropologia Social. Sandra foi a primeira indígena a integrar a equipe de curadores de arte brasileira do MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand e atualmente é supervisora de programação cultural e exposições no Museu das Culturas Indígenas, em São Paulo.
Ainda em 22/03, das 14h às 16h30, acontece a oficina “Saúde das mulheres indígenas – medicina natural, remédios tradicionais”, com a participação das indígenas Guaciane Gomes, e Simone Takuá, que vão dialogar sobre os saberes ancestrais para o cuidado com a saúde, levando ao público elementos conceituais e práticos.
Em seus trabalhos, Simone Takuá costuma aproximar mulheres e natureza. “Nós, mulheres, precisamos nos unir para cuidar do que temos de mais valioso, que é o nosso corpo. Eu aproveito este momento de troca para levar o conhecimento que adquiri nas aldeias a outras mulheres para que elas vivam em harmonia com a natureza e alinhem isso ao seu próprio corpo”, conta a indígena.
Já na quinta-feira, 23/03, o evento acontece no MCI a partir das 10h, com abertura do Coral Guarani. A roda de conversa “Os caminhos do protagonismo: A presença das mulheres na luta – os lugares que ocupam e as suas frentes” contará com a participação da indígena Ivanilde Kerexu Guarani. A convidada vai compartilhar relatos de sua luta pela causa indígena e pela liberdade de expressão das mulheres.
Ivanilde é presidente do conselho local de saúde indígena de Ubatuba, coordenadora do fórum de comunidade tradicional e articuladora das mulheres Guaranis da comissão Guarani yvy rupa.
A mesa será mediada por Cristine Takuá, professora de Filosofia, Sociologia, História e Geografia, membro fundadora do Fórum de Articulação dos Professores Indígenas no Estado de São Paulo (Fapisp) e fundadora e conselheira do Instituto Maracá. Cristine vive na comunidade Terra Indígena Ribeirão Silveira, localizada na divisa dos municípios de Bertioga e São Sebastião.
No mesmo dia, a partir das 14h, acontece a oficina “Confecção de bandeiras”, com Brisa Flow, que atua no cenário artístico como cantora, produtora musical, performer e pesquisadora.
“A oficina será voltada para o freestyle, prática artística de improvisação que eu tenho na música e nas artes visuais e que consiste na escrita de fluxo dos mapas mentais. Ou seja, faremos uma roda de conversa e construiremos faixas com as principais mensagens colhidas a partir desta troca, utilizando técnicas simples e materiais como tecidos e retalhos que foram descartados pelas indústrias têxteis no meio ambiente. Estou muito feliz e esperançosa de que teremos um material belíssimo”, declara Brisa Flow.
Após a construção destas faixas com denúncias e chamadas para a luta das mulheres indígenas, haverá uma intervenção no prédio do MCI para fechar a comemoração ao Mês da Mulher e, às 16h30, os participantes poderão visitar as exposições do Museu das Culturas Indígenas.
SERVIÇO
Data: 22 de março de 2023
Horário:
10h às 10h20: Abertura de atividades
10h20 às 10h30: Canto de abertura
10h30 às 12h30: Mesa – “Mãe terra – o nascer e o território, o passado e o presente”
14h às 16h30: Oficina – “Saúde das mulheres indígenas – medicina natural, remédios tradicionais”
Local: SESC Centro de Pesquisa e Formação – R. Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, São Paulo/SP
Data: 23 de março de 2023
Horário:
10h às 10h20: Abertura de atividades
10h20 às 10h30: Canto de abertura
10h30 às 12h30: Mesa – “Os caminhos do protagonismo – A presença das mulheres na luta – os lugares que ocupam e as suas frentes”
14h: Oficina – “Confecção de bandeiras”
16h30: Visita às exposições do Museu das Culturas Indígenas
Local: Museu das Culturas Indígenas – R. Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca, São Paulo/SP
Informações: (11) 3873-1541
Ingressos: gratuitos, com reserva pelo site
Sobre o MCI
O Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) – Organização Social de Cultura – em parceria com o Instituto Maracá, associação sem fins lucrativos que tem como finalidade a proteção, difusão e valorização do patrimônio cultural indígena. O MCI apresenta uma proposta inovadora de gestão compartilhada a ser construída ao longo da experiência, com o fortalecimento do protagonismo indígena. É em espaço de diálogo intercultural, pluralidade, encontros entre povos indígenas e não-indígenas, onde a memória da ancestralidade permitirá aos diversos povos originários compartilharem suas mensagens, ideias, saberes, conhecimentos, filosofias, músicas, artes e histórias. Uma conquista dos povos indígenas, ainda em processo de construção, neste território na cidade, aberto para que o público entre em contato com sua própria história, e com outras histórias do Brasil.
Site: www.museudasculturasindigenas.org.br
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