Trupe Arlequinos & Colombinas abraça a diversidade e inclusão de todas as crianças em espetáculo que promove o incentivo à leitura. Grupo fará oito apresentações gratuitas em São Paulo.
O espetáculo As histórias de Benê é um infantil inclusivo e regado de amor. Produzida pela trupe Arlequinos & Colombinas, a peça une humor e aventura para promover o incentivo à leitura e o resgate das brincadeiras populares. O grupo fará oito apresentações gratuitas em seis pontos culturais de São Paulo entre 17 de julho e 11 de agosto.
A peça tem direção artística de Jhonnã Bao e direção musical de Marílhia Freire. A dramaturgia é de Jenifer Costa e Bella Santos, que também integram o elenco ao lado de Ingrid Arruda.
O espetáculo apresenta uma trupe de circo, recheada de contos, que chega à cidade Livraria do Norte e conta a história de Benê, uma criança que não gosta de ler e tem dificuldade para se comunicar. Benê então mergulha em um livro mágico e se depara com contos populares de tradição oral disseminados em diversas regiões do Brasil. Ela aprende que os livros e o aprendizado de novas linguagens podem ser sua ponte para o futuro e o conhecimento.
A dramaturgia tem um gostinho especial de amor de avó, pois é inspirado nas histórias que a Dona Francisca, avó de Jenifer contava para ela durante sua infância. Mas também contém um mundo de vivências e inspirações culturais: o poeta Manoel de Barros e suas provocações sobre o brincar, Carolina Maria de Jesus e sua literatura preta e popular, e a cultura popular e regional, como a literatura de cordel, as brincadeiras de fita, o repente e a literatura fantástica.
“O texto nasceu muito de memórias e inquietações que as dramaturgas já tinham, buscando esse lugar da oralidade, de histórias que eram contadas por povos africanos e que foram repassados ancestralmente, e do circo”, explica a diretora.
O protagonista da peça é universal e carrega um pouco de cada criança que a companhia encontrou pelo caminho, e sua construção buscou expressar essa multiplicidade. “Na nossa peça, Benê é uma criança agênero e é multiplicada em três para realmente ressaltar a diversidade que existe no mundo, e que a gente consegue ver de uma forma muito bonita através das crianças”, conta.
Este é o trabalho de estreia de Bao como diretora e, para ela, é um presente poder falar sobre diversidade e acolhimento para crianças de maneira natural. “É um espetáculo infantil dirigido por uma travesti preta da periferia de São Paulo. Em um país em que temos um dos maiores índices de transfobia do mundo e onde a nossa humanidade é negada, dirigir um espetáculo infantil reivindicando a minha infância e sonhando com uma velhice próspera e saudável também faz parte dessa reinvenção de imaginários que a gente quer construir. Ele é mais uma semente no solo que a gente mais acredita: a infância”, conta.
A importância da inclusão
Foi justamente do contato com as crianças que a trupe resolveu adotar a linguagem de sinais. Enquanto fazia sua pesquisa, Jenifer trabalhou com algumas crianças surdas. O grupo conta que teve dificuldade para encontrar outras peças infantis que utilizassem essa linguagem e, portanto, fossem acessíveis para esse público.
“Como uma ferramenta de arte e educação, é importante que nós falemos português e também em Libras, tendo esta como nossa segunda língua, para que a gente possa acolher as pessoas e também estimular que outras companhias também pensem nessa comunicação”, destaca Jhonnã.
A diretora diz que a incorporação das duas linguagens também foi um desafio artístico para o grupo, porque estimulou as atrizes a buscarem novas expressões corporais. Com aprovação por edital do Proac, a companhia Arlequinos & Colombinas passou a pesquisar a língua brasileira de sinais e a linguagem circense para a produção do espetáculo. Então, além dos ensaios para a peça, a trupe também organizou uma oficina de Libras aberta ao público.
Ficha técnica:
Dramaturgia: Bella Santos e Jenifer Costa. Direção artística: Jhonnã Bao. Direção musical e musicista: Marílhia Freire. Elenco: Bella Santos, Ingrid Arruda e Jenifer Costa. Orientação de libras: Victoria Oliveira. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Fotografia: Catherine Gobbi.
Serviço:
Espetáculo infantil As histórias de Benê
Ingressos: Grátis.
Duração: 50 minutos.
Classificação: Recomendado a partir de 4 anos,
Sessões com acessibilidade em Libras.
Dia 17 de julho, domingo, às 16h
Casarão – Vila Guilherme
Praça Oscár da Silva, 110 – Vila Guilherme, São Paulo – SP, 02067-070
Capacidade: 70 lugares
Dia 26 de julho, terça-feira, às 15h
Céu Perus
R. Bernardo José de Lorena, S/N – Vila Fanton, São Paulo – SP, 05203-200
Capacidade: 250 lugares.
Dia 28 de julho, quinta-feira, às 14h
Biblioteca Brito Broca
Av. Mutinga, 1425 – Vila Pirituba, São Paulo – SP, 05110-000
Capacidade: 60 lugares.
Dia 29 de julho, às 14h
Cei Vila São João
R. Alto Jurupari, 300 – Parque Nações Unidas, São Paulo – SP, 02995-040
Capacidade: 40 lugares.
Dia 2 de agosto, terça-feira, às 10h e às 14h
Escola Bilíngue EMEBS Madre Lucie Bray
R. São Geraldino, 236 – Vila Constança, São Paulo – SP, 02258-220
Capacidade: 40 lugares.
Dia 11 de agosto, quinta-feira, às 10h30 e às 14h30
Emef Raul Pompéia
Av. Elias Antônio Lopes, 165 – Parque Taipas, São Paulo – SP, 02986-110
Capacidade: 70 lugares.
Informações para imprensa:
Adriana Balsanelli
Tel.: 11 99245 4138