‘As Minas no Mic’ reúne mulheres cis e trans em programação gratuita de hip-hop, declamação de poesia e discotecagem

As Minas no Mic é um evento de hip hop, declamação de poesia e discotecagem que dá espaço para artistas mulheres e anônimas no rap, criando oportunidades para que elas cantem suas histórias num cenário ainda formado majoritariamente por homens. O projeto tem edição agendada, nos dias 01 e 15 de abril, nas Fábricas de Cultura de São Bernardo do Campo e Itaim Paulista, respectivamente.

“O projeto traz o rap e a poesia como carros-chefes, todos representados pelas mulheres deste movimento, cis e transgêneras. O conceito é abrir espaço para que elas possam demonstrar seu talento e suas músicas, provando que a mulher pode estar no lugar em que ela quiser”, comenta a produtora executiva Geovana de Souza. A curadoria das MCs foi feita pela própria Geovana, mais conhecida como Gi Guerreiras na Umild, fundadora do coletivo Guerreiras na Umild (2016), criado no intuito de promover e dar visibilidade à cena feminina no hip-hop. A articuladora partiu de duas premissas: as artistas serem da periferia das cidades do Estado de São Paulo, suas composições precisavam trazer denúncias contra o machismo e valorizar o empoderamento feminino. “As letras e rimas mostram os desafios enfrentados no dia a dia, mas também a potência que somos e representamos, incentivando as mulheres a buscarem por um futuro de igualdade e sem qualquer tipo de violência, desde a psicológica até a física”, comenta. No primeiro dia de evento (01/04) estarão Elaine Cabral, Naisa Zaiiah, Rosana Reis, Vanessa Kryolla, Systhar Coragem, DJs Bia Sankofa e Dagoma; no segundo (15/04), Mana Bella, Lauren Priscila, Naat Maat, Oasis, Pétala de Ferro, DJs Pri Groove e Dagoma. Uma roda de conversa online também acontecerá com as participantes do projeto para refletir sobre a violência contra a mulher.

“As Minas no Mic tem como base a valorização da identidade feminina do rap, um instrumento de resgate social que fomenta as ideias e a força dando visibilidade não só para a questão racial, mas também a de gênero, destacando a importância da inserção LGBTQIAP+ (principalmente das mulheres trans) nesse cenário cultural”.

Geovanna revela, ainda, que os próximos passos são em busca da viabilização de outras edições do evento “As Minas no Mic”: “A intenção é transformar este projeto em festival e que, a cada nova programação, sejam abertos outros espaços para talentos que hoje atuam no anonimato, sempre tendo como foco as mulheres cis e transgêneras no movimento hip-hop”.

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